Monday, June 11, 2007

Bryan Adams- Reckless

Bryan Adams não foi só um rapaz de calças de ganga e de t-shirt cantando baladas pop e endoidecendo raparigas na década 80. ele sabia e ainda sabe fazer um bom rock in roll, límpido, directo e por vezes até pesado. Reckless por sinal é o que melhor sintetiza a sua maestria. Mesmo antes deste grande clássico Bryan Adams já estava no mundo da musica lançando três álbuns de grande qualidade (Bryan Adams, You Want It, You Got It e Cuts Like A Knife) mas foi com Reckless que acertou, devido á grande variação musical e inspiração, e também por ser o trabalho menos pesado e mais acessível. Keith Scott (guitarrista) que acompanha Bryan Adams desde o inicio da carreira, fazendo dupla com o próprio Adams nas guitarras ritmicas, demonstra um talento fora do vulgar em tocar solos bem competentes e agradáveis (ao vivo chega a tocar 10 minutos tal como Brian May a tocar Brightom Rock), é elemento bem fundamental para a constituição da banda. Ironicamente estávamos numa época em que as tabelas eram dominadas por sintetizadores (tipo Tears For Fears, Madonna, Despeche Mode) Bryan Adams cingiu-se ás armas e ofereceu uma elite de clássicos do rock que vale a pena lembrar. Vamos a isso:

One Love Affair- simplesmente uma grande musica. Veiculada por um clima pop/rock, a vocal de Bryan está em grande forma, muito melodiosa, o álbum abre em grande estilo.


She’s Only Happy When She’s Happy- de estilo rock in roll bem básico com um feeling «cool», agradável de ouvir e dificil de detestar.


Run To You- quem não conhece esta faixa! Um grande clássico na década 80, em que passava fartamente nas discotecas e nas rádios (e ainda hoje passa), com um grande riff, bem trabalhada e muito comercial, de formato pop.


Heaven- Uma super balada muito pop, chegou a numero um nos EUA. As teclas dominam de uma forma magistral, faz qualquer um tremer de emoção (‘tou a exagerar). Só acho pena que esta faixa tenha sido evitada nos dias de hoje, por sinal é uma grande canção.


Somebody- espectáculo! É tudo o que posso dizer. Tem um certo feeling de estarmos a ouvir ao vivo, porque os refrães apelem muito a que o publico acompanhe o cantor, cheia de energia é um clássico absoluto de rock in roll e como não podemos deixar de esquecer Keith Scott faz um solo formidável.


Summer Of ’69- mais um grande clássico de Bryan. A letra fala basicamente da adolescência de Bryan com uma certa ironia, o intro é fantástico com grande riffs, uma faixa bem ao estilo de pop/rock que passou extensas vezes na MTV. Agrada muito ao ouvinte é difícil de detestar. Curiosamente Bryan tocou esta faixa ao vivo no Pavilhão Atlântico em versão acoustica, que eu detestei, merecia ter mais destaque e um formato original, e a Somebody infelizmente foi esquecida.


Kids Wanna Rock- Rock da pesada. A letra é bem engraçada e simples. Apela a que os Djs das rádios toquem mais rock, o Disco e New Wave recebe uma espécie de duras criticas por parte de Adams, mas isso tudo numa brincadeira.


It’s Only Love- Bryan canta em parceria com Tina Turner este clássico. Bem energético mas que demonstra ser uma faixa roqueira como se Tina estivesse a voltar aos velhos tempos, vozes impecáveis mas sofre por ser uma faixa um bocado desordenada e directa.


Long Gone- uma das minhas faixas favoritas, Bryan Adams está fenomenal na voz de cronner, com uma batida bem pesada e mais uma vez apresentamos um dos grandes guitarristas: Keith Scott em grande estilo.


Ain’t Gonna Cry- o inicio surpreende qualquer um pela entrada das baquetas com todo o furor e fúria. O baixo também se torna audível. Está aqui um pouco de tudo, é uma faixa com um rock in roll bem relaxado e mais uma vez Bryan usa a voz de cronner, com refrães pegajosos e energéticos e Keith brilha mais uma vez com um solo bem distorcido. Ou seja o álbum encerra em grande estilo.


Bryan adams só descobriu o seu estrelato definitivo com (Everything I Do) I Do It For You mas a sua verdadeira obra olha desde para trás até ao seu ultimo álbum. Se para quem prefere um rock mais pesado (chegando mesmo ao hard rock) aconselho vivamente Waking The Neighbours. Bryan Adams sempre recusou o estatuto de superstar sendo sempre o mesmo musico desde o inicio, ou seja sincero sem mudanças sonoras, fazendo aquilo que ele mais gosta de fazer: tocar guitarra, é esse o eterno adolescente que traz grandes surpresas e muito rock in roll. O trabalho Reckless é um dos meus álbums favoritos da década 80 e o melhor da carreira de Bryan Adams. É intemporal.


Lançado a Fevereiro de 1985

Produzido por Bob Clearmountain

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