Thursday, October 18, 2007

Marc Bolan

Marc Bolan nasceu no dia 30 de Setembro de 1947 no Hackney General Hospital em Londres. Extremamente criativo, apaixonado pelo cinema, especialmente pelos de ficção cientifica e terror, adorava ouvir os velhos discos da família, em principal os de Bill Hayes. Mas um “pequeno engano” marcaria a vida de Marc Bolan para sempre: Ao sair para comprar um novo disco de Bill Hayes, trouxe, por acaso "Rock Around the Clock", de Bill Haley. A sua vida não seria mais a mesma. O amor pela musica era tão grande que aos 8 anos Marc tocava guitarra (quase ao calhas) e pediu um kit de bateria aos pais. Aos 9 anos conseguiu ter uma viola de 16 libras (o mesmo que o pai ganhava!). Aos 12 anos montou a sua primeira banda, Susie And The Hula Hoops, onde estava no lugar de baixista. No ano seguinte teve a sorte de encontrar o seu ídolo, Eddie Cochran, e ainda carregou a guitarra do seu ídolo até à limusine. O que Marc Bolan não sabia é que iria morrer da mesma maneira que o seu ídolo mais de 20 anos depois! Marc Bolan passou por vários territórios artisticos: foi fotógrafo de modelos, apaixonou-se pela cultura mod e ainda tentou seguir uma carreira folk sob o nome Toby Tyler. Toby conheceu um actor, Allan Warren, que ofereceu-se para ser seu empresário e fez o jovem cantor gravar versões de "Blowin' In The Wind", de Dylan e "You're No Good", de Betty Everett. Essa última, inclusive, foi levada até à EMI, que não mostrou qualquer interesse. Toby Tyler morria e Mark voltaria a usar seu nome de baptizado, Mark Feld. Mas pouco depois alterava para Marc com "c". Após uma viagem à França, Marc voltou à Inglaterra, disposto a ser uma estrela de rock, se trancou-se vários meses sempre a escrever e a compor sem parar. Uma dessas canções, era "The Wizard", que com a ajuda do produtor Jim Economedies, rendeu um contrato com a Decca. Quando recebeu as primeiras cópias, levou um choque. Achando que Feld não era um nome adequado e sem consultá-lo, a Decca mudou o nome para Marc Bowland. O facto fez com que Marc proibisse a editora de lançar algo sem consultá-lo antes. No entanto, Marc gostou da mudança e em novembro de 1965 resolveu abreviar o nome: nascia assim, Marc Bolan. Marc Bolan lançou ainda alguns singles mas foram fracassos e ainda viu Jimi Hendrix ainda jovem roubar-lhe acena no programa Ready, Steady, Go!. Começou a pensar num novo nome para a banda. após vários nomes que ligassem à ficção cientifica baptizou o nome da banda como Tyrannosaurus Rex. O primeiro espectáculo foi no Convent Garden e como a banda não se entendia foi um autentico desastre! Mas tudo começaria melhorar com a entrada do produtor Tony Visconti. Marc Bolan deixou definitivamente de lado o folk, abreviou o nome da banda para T-Rex e lançou o single Ride A White Sawn que alcançou o segundo lugar na tabela inglesa em 1971 de Janeiro. O sucesso começava a abrir as portas a Marc. Com o sucesso do single veio o álbum de estreia com 15 faixas. Curiosamente o Glam Rock nasceria a partir de um erro que Marc cometera. O cantor ia apresentar-se num programa do Pop Of The Tops e durante os ensaios Marc colocou um pouco de brilho nos olhos para se proteger da luz excessiva, mas acontece que esqueceu-se de tirar quando foi a sua vez de actuar e ficou conhecido por esse detalhe. Esse erro é apontado como o começo do Glam Rock ou do Glitter. Não só os concertos dos T-Rex começaram a atrair mais e mais fãs que berravam histericamente e era impossivel de ouvir a banda tocar como logo em Fevereiro lançou o single Hot love que alcançou o nº 1! O dinheiro e a fama vinham com facilidade, mas Marc queria mais. Queria agora ser o rei da América, sonho que perseguiu a vida inteira. Com a fama, resolveu fundar um selo próprio, algo que poucos artistas puderam realizar. Para isso fundou o selo e uma companhia publicitária; Wizard Productions e Warrior Music Projects. A digressão norte-americana não cumpriu o seu dever e Marc estava ainda muito longe de ter algo parecido com o que via na Inglaterra. O seu visual e estilo musical estavam ainda muito distantes do gosto do público norte-americano. Algo que muitos poucos sabem é que Ringo Starr, baterista dos The Beatles, era um fã incondicional de Marc Bolan, e chegou a convidá-lo para o seu álbum, onde interpretou duas faixas. O álbum Electric Warrior é considerado o melhor álbum da carreira de Marc Bolan, graças aos excelentes músicos e a um ambiente inspirador. O disco foi considerado o melhor do ano pela critica inglesa e Paul McCartney afirmava que era possível os T. Rex terem o mesmo sucesso que os Beatles tiveram. Get It On, um dos temas mais conhecidos da banda, atingiu a primeira posição no Reino Unido e a décima nos EUA, a melhor até agora em território norte americano. Marc Bolan faleceu duas semanas antes do aniversário em 1977, vitima de um acidente rodoviário juntamente com Gloria Jones. O legado perdura até aos dias de hoje. Pode-se dizer quem sem os T-Rex ou Marc Bolan não haveria David Bowie, Queen, Roxy Music, Def Leppard ou Elton John. Inovou a musica criando um novo movimento: Glam Rock.

Discografia

T- Rex:
1968 My People Were Fair and Had Sky in Their Hair... But Now They're Content to Wear Stars on Their Brows Regal Zonophone
1968 Prophets, Seers & Sages – The Angels of the Ages Regal Zonophone
1969 Unicorn
1970 A Beard of Stars
1970 T. Rex
1971 Electric Warrior
1972 The Slider
1973 Tanx
1974 Zinc Alloy and the Hidden Riders of Tomorrow
1975 Bolan's Zip Gun
1976 Futuristic Dragon
1977 Dandy in the Underworld

Solo:
The Wizard" (Bolan) / "Beyond the Risin' Sun" (Bolan) (Musical Director: Mike Leander, 19 November 1965 Decca F12288)
"The Third Degree" (Bolan)/ "San Francisco Poet" (Bolan) (3 June 1966, Decca F12413)
"Hippy Gumbo" (Bolan)/ "Misfit" (Bolan) 1973
"Beyond The Sun" (2007)

Iron Maiden- Dance Of Death

Quando li que os Iron Maiden iam lançar material novo eu fiquei estupefacto. Afinal os Iron Maiden são os campeões do Olimpo Do Heavy Metal. Quando ouvi o excelente e já clássico A Brave New World senti que eles tinham ainda muitos truques na manga. Com Dance Of Death a banda arriscou ainda mais com teclados, composições épicas e muito virtuosismo, principalmente do grande guitarrista, senão o melhor do heavy metal, Adrian Smith. O único ponto negativo é a capa, que deixa muito a desejar. Vamos ao set list:
Wildest Dreams- Como já é tradição o álbum abre com mais uma faixa hard rock/metal. Uma musica típica e amigável para as rádios rock, com refrães inesquecíveis e puramente rock and roll para relaxar para o que vem ai. Foi o primeiro single promocional do álbum.

Rainmaker- É curioso como á medida que vão envelhecendo alguns vocalistas têm as linhas vocais ainda melhores que no passado e é o que se passa como Bruce Dickinson. A voz dele está melhor do que nunca! Não é uma canção muito pesada mas não deixa de ser interessante e a letra é linda. O trio de guitarras funciona perfeitamente bem o que prova que os críticos estavam errados. É o segundo single promocional.

No More Lies- Uma das minhas favoritas e certamente uma canção para os fãs cantarem em pleno estádio o refrão. É a primeira faixa épica que se encontra no álbum e podem ter a certeza que a grandiosidade está bem presente e para não falar da voz de Bruce: excepcional! É a única só com Steve Harris na composição.

Montségur- uma faixa baseada em acontecimentos históricos (de como a igreja católica destruiu tudo e todos os que habitavam em Montségur só porque eles eram livres) com uma certa influência do álbum Powerslave. Uma das melhores composições da banda e um forte cuidado nas vozes/guitarras. Tem uma melodia marcante sem duvida e uma das minhas favoritas.

Dance Of Death- a mais épica do álbum mas não a menos inspirada. A canção começa calma como se estivesse a ficar cada vez mais pesada numa balança até chegar ao ponto vermelho e depois retomar ao inicio. A letra conta uma história digna de Andre Breton. Trata-se dum conto sobre um sonho e a questão se foi verdadeiro ou não. Temos também um solo magnifico nas guitarra (a cena flamenca faz lembrar muito a Innuendo dos Queen). A habilidade com que a banda expressa tanto instrumental como na voz é impressionante. Quem adora canções épicas adora esta.

Gates Of Tomorrow- Poderia ser mais uma canção tradicional da banda se não fosse as vozes trabalhadas de Bruce Dickinson. Pela primeira vez Bruce usa vozes dobradas o que até pode não agradar a fãs mais tradicionais mas mais uma vez a banda arrisca em experimentações. É uma canção de grande qualidade sem duvida mas a letra consegue surpreender ainda mais. É engraçado como o intro faz lembrar o clássico dos The Who, Won’t Get Folled Again. Mais uma que não desilude.

New Frontier- Quase vinte anos depois pela primeira vez o baterista Nicko Mcbrain compõe algo juntamente com os seus colegas! A sétima faixa é uma espécie de intervalo para relaxar. Não há mais nada a dizer. Mas não deixa de ser interessante.

Paschendale- Mais uma canção baseada em acontecimentos históricos, desta vez baseada numa das maiores batalhas em plena Primeira Guerra Mundial. Não é uma canção muito vulgar na obra da banda. tem novos elementos como as teclas e orquestras. Tanto no som como na letra supera tudo o que a banda já fez em toda a vida. Cheio de virtuosismo e ambiente é uma das faixas mais magnificas e surpreendentes que a banda já fez. O refrão pega-nos até ao fim. Só pela curiosidade quando se ouve os pratos na percussão trata-ste do código Morse. Esta é realmente a minha favorita e certamente vai fazer os Pink Floyd roer de inveja já que trata-se de terreno progressista.

Face In The Sand- a letra trata-se certamente sobre problemas existencialistas e o significado da vida. Começa como uma balada mas de repente o peso entra em velocidade furiosa. As orquestrações da guitarra estão magnificamente bem ilustradas. É raras as vezes que Nicko Mcbrain usa pedal duplo na bateria. Parece ser uma canção de raizes tribalistas mas com peso. Voltando ao intro é simplesmente fantástico como uma banda consegue fazer uma coisa destas.

Age Of Innocence- esta é talvez a canção mais tradicional da banda e também simples. A voz de Bruce mais uma vez espanta os mais distraídos. Os riffs absolutamente inspirados dão para um headbanger abanar o capacete. O baixo de Steve Harris está bem audível. Quanto à letra está muito bem estruturada. É a história sobre a sociedade dos dias de hoje e tem umas linhas que até parece criticar o novo código penal.

Journeyman- A canção mais ousada que a banda já fez e a mais linda que até quem não curte heavy metal vai adorá-la na mesma. Certamente se fosse single seria logo um exito estrondoso mas a banda recusou-se a lançar para não se venderem. Parece também ser uma balada mais orientada para a discografia a solo de Bruce. É uma composição que parece não fazer parte deste mundo, as guitarras acústicas e a voz de Bruce e também as orquestrações para dar mais vida ao ambiente sonoro enriquecem ainda mais esta balada inultrapassável. Eu quero ver os Bon Jovi fazerem melhor que isto.

Este é o segundo álbum da actual formação e concluindo é uma obra prima grandiosa, uma viagem sem retorno e inesquecível. Raramente nos dias de hoje alguém consegue criar algo excepcional no cenário metaleiro mas a banda excedeu-se e foi mais além. Para quem espera que os Iron Maiden tragam de volta o som dos anos 80 bem podem esperar sentados. Estes são os novos Iron Maiden que começaram com A Brave New World (2000), com uma nova sonoridade e única neste planeta. Depois de deste e de A Matter Of Life And Death espero que consigam surpreender mais uma vez.. Os Iron Maiden são a melhor banda metaleira no mundo, sem duvida e ainda não perderam terreno. Nos dias de hoje no mundo da musica actual é difícil de surpreender mas eles conseguiram com uma facilidade. Se quem não gosta dos Iron Maiden e pensam que ainda são como nos anos 80 então não sabem o que perdem. Eles estão mais grandiosos do que nunca!


1. Wildest Dreams

2. Rainmaker

3. No More Lies

4. Montsegur

5. Dance of Death

6. Gates of Tomorrow

7. New Frontier

8. Paschendale

9. Face in the Sand

10. Age of Innocence

11. Journeyman

68 min.


Bruce Dickinson (voz)

Dave Murray (guitarra)

Adrian Smith (guitarra)

Janick Gers (guitarra)

Steve Harris (baixo)

Nicko McBrain (bateria)

Metallica. Kill 'Em All (1983)

Lars Ulrich e James Hetfield fundaram os Metallica em 1981 e recrutaram dois novos membros: Ron McGovney (baixo) e Dave Mustaine (guitarra solo). O baixista ficou pouco tempo na banda devido ao som trash que decepcionava-o e vendeu o seu equipamento musical. Cliff Burton substituiu-o. No inicio de 1982. Lars Ulrich convenceu Brian Slagel da gravadora Metal Blade para incluir “Hit The Lights” na compilação Metal Massacre. O que chamou mais a atenção no meio underground foi devido à canção No Life ‘Til Leather que foi lançada ao vivo no Metal Up Your Ass. Dave Mustaine é despedido de seguida devido ao comportamento ageressivo e destrutivo graças ao uso das drogas e álcool. Dave Mustaine jurou que iria formar uma banda mais rápida e pesada que os Metallica, uma promessa que conseguiu cumprir por sinal. Kirk Hammett, que pertencera à banda Exodus (ainda em actividade), entra para os Metallica e uma das razões de ter sido aprovado pela banda foi o seu estilo de tocar heavy metal mais europeu. No inicio de 1983 a banda viajou até Rochester para gravar a primeira longa-duração.
A banda queria que o primeiro álbum intitulasse Metal Up Your Ass, isso gerou conflitos entre a gravadora e a banda e fez com que mudassem o nome para Kill ‘Em All (“matá-los a todos”). O álbum não foi um sucesso tanto nos tops como financeiros mas foi o suficiente para angariar uma base de fãs fiéis no underground. É sobre Kill ‘Em All que vou escrever. Kill ‘Em All é talvez o álbum mais cru e pesado que a banda já fez. Uma das razões a que se deve isso são pelas influências vindas das bandas como os Venon, Black Sabbath, Iron Maiden, Motorhead ou Diamond Head. O som punk rock também está claramente presente, principalmente das influências de The Ramones ou Misfitis.

Hits The Lights, a faixa que abre o álbum, foi a primeira a ser composta pela dupla Hetfield/Ulrich. A canção fala sobre o estilo de vida dentro do heavy metal, a estrada e os fãs. O refrão é lento e é talvez a melhor que Dave Mustaine tocou ao vivo antes de ter sido expulso da banda. The Four Horsemen é a mais longa do álbum (+ de 7 min). Foi escrita por Ulrich, Hetfield e Mustaine. The Mechanix era o titulo anterior. A letra foi alterada na ultima hora. A original pode-se encontrar no primeiro álbum dos Megadeth: Killing Is My Business...And Business Is Good!. Há quem acredite que a letra vem da parte do Apocalipse na Biblia ou que os Horsemen sejam os próprios Metallica. Seja como for é uma das mais pedidas nos concertos pelos fãs. Jump In The Fire será sempre a minha favorita. Mais uma que contou com a participação de Dave Mustaine. A letra relata o ponto de vista do Demónio sobre os assassinatos e as suas acções. (Anesthesia) Pulling Teeth é uma instrumental surpreendente pelo facto de ter só a participação de Cilff Burton no baixo acompanhado por efeitos do pedal wah-wah e tapping. Antes de Cliff Burton entrar para a banda, James Hetfield e Lars Ulrich ficaram bastante impressionados com a técnica de Cliff Burton e sem pensarem duas vezes quiseram logo o baixista na banda. Whiplash é uma das faixas que mais se destacam do álbum tanto pela introdução da bateria de Lars como pelos riffs meios speed metal. A letra é um tributo aos headbangers ("...thrashing all around, acting like a maniac, whiplash!..") e aos fãs dos Metallica ("But we'll never stop, we'll never quit, 'cause we're Metallica" to "But we'll never stop, we'll never quit, 'cause we're Metallica"). Seek And Destroy é talvez a mais lenta do resto mas não a menos pesada. O refrão inesquecível de certeza que fará o espectador cantar até cansar. Digna de fechar os concertos da banda.

Poderia estar aqui a escrever sobre o resto das faixas mas seria forçar as coisas, escrevi sobre aquelas que curto realmente e isso não quer dizer que não curte o resto. Kill ‘Em All é um dos álbuns que testemunhou a cena trash metal na Bay Area e considerado um dos melhores momentos da discografia da banda. Agressividade e peso estão bem presentes no primeiro registo da banda. agora vamos lá a ver se o próximo que vem não decepciona.


"Hit the Lights" (Dave Mustaine, James Hetfield, Lars Ulrich) – 4:17

"The Four Horsemen" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 7:12

"Motorbreath" (Hetfield) – 3:08

"Jump in the Fire" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 4:41

"(Anesthesia) Pulling Teeth" (Cliff Burton) – 4:14

"Whiplash" (Hetfield, Ulrich) – 4:10

"Phantom Lord" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 5:01

"No Remorse" (Hetfield, Ulrich) – 6:26

"Seek & Destroy" (Hetfield, Ulrich) – 6:55

"Metal Militia" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 5:09


James Hetfield: Guitarra/voz

Kirk Hammett: Solo Guitarra

Lars Ulrich: Bateria

Cliff Burton: Baixo

Thursday, October 11, 2007

Xutos & Pontapés- Dizer Não De Vez (1992)

Dizer Não De Vez Uma instituição como esta de grande valor nacional nunca deve ser esquecida. Os Xutos & Pontapés engrandeceram o rock português no inicio da década 80 e foram uma das poucas que sobreviveram na companhia dos GNR e Rui Veloso. Começaram bem com os anos 90, depois do lançamento do álbum negro, Gritos Mudos onde transpuseram todas as mágoas e feridas difíceis de sarar com o passar dos anos. Com o Dizer Não De Vez as letra escrevem-se sob a imagem objectiva envergando pelos problemas sociais ainda hoje actuais, o dia a dia, o trabalho, o patrão, a vida urbana e o típico português que tinha que aturar dificuldades, ou seja este álbum é a nossa alma que talvez não fique resolvida. O primeiro tema, Hás-de Ver, fala sobre esperança, enquadra-se na perfeição no dilema pop/rock para rádios. A deprimida Lugar Nenhum apresenta uma melodia melancólica e badaleira. Épica encarna na perfeição a tristeza e o vulto do som em espiral. Perfeito! Para quem disse que os Xutos nunca tocaram blues isso é mentira! Poço de Salvação é acompanhada pela instrumentalização típica e ainda uma harmónica. Seria uma faixa típica de Howlin’ Wolf se não fosse o caso de cantar em português. Patrão, salário e empregado tomem conta do Dia De S. Receber. A bateria de Kalú fala ainda mais alto. Refrão pop e guitarradas hard rock acompanhado pela dupla de mestres Cabeleira/Pedro sintonizam com Velha Canção Da Cortiça. A letra podia ser um hino aos trabalhadores que desprezam tudo o que é abuso nesta sociedade utópica. Um hino ao comunismo talvez. Estupidez traz uma melodia um pouco semelhante a Back In Black mas sem plagiar, os Xutos renovam à sua maneira. Esta faixa é mesmo uma bomba! Os refrães sarcásticos, os riffs e a voz pseudo rapper de Tim estão a 100%. Eram os tempos das vacas gordas ou ainda serão? Chuva Dissolvente é uma das canções mais belas que os Xutos já fizeram. O dia a dia, a vontade de viver e as pessoas que desaparecem com o passar do tempo neste meio urbano. Os Xutos demonstram um vigor em acompanharem a sociedade urbana portuguesa nas suas composições. Lei Animal abre com uma introdução de ritmos africanos para depois alterar o estado e sobressair os Xutos. O esquadrão põe a mote o hard rock com riffs incansáveis de ouvir e um Tim enlouquecido pelo seu lado animalesco. Passou-se de vez! Está mesmo em Alta Rotação este tema e que tema! Rápido e equilibrado pelo diluvio de riffs e vozes em uníssono que faz um verdadeiro rocker mandar tudo pelos ares. São toneladas de rock em espiral! O Que Foi Não Volta A Ser suga um pouco do som á la Circo De Feras (o inicio) e sem exageros mas parece pegar um pouco a sintonia Police. Este álbum ilustra na perfeição a sonoridade noventa que os Xutos estrearam com Gritos Mudos. Rock Na Roll de qualidade! Foi lançado em Fevereiro de 1992. Só peca pelo fraco trabalho na remastirização mas de resto está perfeito.

Aqui vão mais reviews


A banda QOTSA surgiu a partir de uma banda anterior, oriunda de Califórnia, Kyuss. Apesar de não ter o reconhecimento total seriam uma banda de culto no meio underground. Josh Homme, Nick Oliveri e Alfredo Hernandez (só participou no primeiro álbum) montaram uma nova banda mas sem fugirem muito do estilo (ou sub género) Stoner Rock projectado pela antiga banda, sob o nome de Queen Of The Stone Age. Depois do lançamento do primeiro álbum no ano de1998, a banda acompanhou os Smashing Pumpkins, Bad Religion, Hole e Rage Against Machine durante dois anos. Só em 2000 é que a banda volta para o estúdio para gravar Rated R que apesar do entusiasmo das criticas não vende lá muito bem. O disco teve dois bateristas: Gene Troutman e Nicky Lucero. Rated R ou simplesmente R tem participações especiais de Rob Halford (Judas Priest), Mark Lanegan (Screaming Trees) e Nick Oliveri (Mondo Generator). A sonoridade do álbum é mais experimental e acessível mas sem perder a identidade da banda. O segundo single The Lost Art of Keeping a Secret tem um conceito agradável para as rádios e MTV mas também foi ignorada devido ao conteudo das letras. o single Feel Good Hit Of The Summer foi ignorada pelas rádios por causa do conteúdo da letra que falava abertamente sobre drogas, mas não deixou de ser um clássico. O álbum em si é perfeito e não vai enjoar a audição do ouvinte. Há composições bem interessantes como Legs Of Lamb com uma sonoridade irresistível e quase pop ou Better Living Through Chemistry que conta com um trajecto psicadélico e ambientes alternados entre a velocidade e as multi vozes como um redemoinho. Uma das marcas mais conhecidas da banda é não haver limite de experimentação como se tratassem dos Sonic Youth, como por exemplo Monsters In The Parasol, que curiosamente é um bom candidato a single, consegue criar riffs hipnotizantes. 1 minuto e 42 segundos de loucura e histeria estão bem presentes na faixa Quick And To The Pointless. O álbum também tem espaço para baladas como a agradável balada In The Fade. Há o descontrolado e infernal Tension Head, vai deixar o ouvinte antagónico e confuso. Lighthing Song é um instrumental agradável e calmo, parece que a banda desta vez deu espaço ás guitarras acústicas. Finalmente a banda chega ao extremo da experimentação com a faixa mais longa: I Think I Lost My Headache onde até está incluído instrumentos poucos convencionais para uma banda louca como esta, o saxofone e trompa. Durante a exaustiva digressão, depois do lançamento do álbum, a banda teve uma participação memorável no Rock In Rio de 2001 depois de Oliveri tocar perante a plateia completamente nu. O álbum foi lançado sob o selo Interpole e também foi lançado em formato vinil com a capa vermelha que curiosamente até vendeu bem. O álbum foi produzido por Chris Gross e Josh Homme.

Wednesday, September 5, 2007

Freddie Mercury- 61 anos

Hoje o vocalista mais carismático do mundo fazia 61 anos se fosse vivo! A alma permanece bem viva na arte e obra que Freddie deixou. Faleceu no dia 24 de Novembro de 1991, em Londres. Como seriam os Queen hoje com Freddie ainda vivo?

(O verdadeiro nome de Freddie era Farrokh Bulsara, nasceu em Zanzibar)
Long Live Freddie!!!

Sunday, September 2, 2007

O que desenhei II






















































































Metallica- Metallica (1991)

Lançado no dia 14 de Agosto de 1991 e gravado em Los Angeles, o quinto álbum, foi um sucesso de vendas astronómicas até para uma banda de heavy metal. Black Album ou simplesmente Metallica deu-lhes um terceiro grammy e um inicio de uma nova era. Sem duvida que ...And Justice For All foi o ultimo álbum trash metal e Balck Metal o começo duma carreira rendável e a atenção seria toda virada para os mídias. Na produção ficou Bob Rock que trouxe um som comercial e mais acessível, um motivo bem forte para os fãs mais conservadores ficarem indignados com a banda. Como se não fosse impossível piorar, a complexidade e velocidade ficaram de fora. Se os Metallica venderam-se? Sem duvida. Mas temos que admitir que a banda estava numa excelente fase de criatividade desde os primeiros tempos e havia que aproveitar. As letras foram exclusivamente escritas por James Hestfield (acompnhado por Lars ou Hammett em algumas faixas) e até nota-se porque há um lado introspectivo nelas que faz sugerir isso. O álbum vendeu 14.95 cópias só nos EUA! A primeira faixa, Enter Sandman, fala sobre as crianças terem medo do escuro quando vão dormir. É uma das faixas mais conhecidas das bandas devido ao intro/solo memorável e ao refrão. No tempo 03:28 é o filho de Bob Rock que dá voz. Um clássico hard rock/metal sem duvida. Sad But True baseia-se no filme Magic, de 1978,(uma história sobre uma marioneta que controla o ventrículo) e é um dos pontos mais altos do álbum. O riff do baixo de Newsted arrebata mesmo os ouvidos e o toque funk da bateria de Lars não pragueja. Mais um sucesso de vendas nas tabelas americanas. Holier Than You começa agressivo mas depois segue uma linha mais hard rock. a canção fala sobre a hipocrisia da religião (“judge not lest ye be judged yourself” retirado da Bíblia, Mateus 7.1). Essa foi uma das razões da banda ser conhecida pelos religiosos fervorosos como uma banda anti-cristã e satânica. The Unforgiven é uma balada/rock propriamente dita que segue um pouco da linha Fade To Black. O famosos vídeo é uma obra prima e uma curta metragem. A canção vai dar continuação a outra: The Unforgiven II. A letra reflecte bem o estado de alguém que é ignorado pela sociedade ou conjunto de pessoas conhecidas. Wherever I May Roam começa com um lindo intro com participação do instrumento Sitar eléctrica (instrumento asiático) e entra Lars, a fera indomável, na bateria no tempo 0:30. A letra bem explícita reflecte a vida nómada e um estilo de vida na estrada. É óbvio que o estilo da canção é similar à da banda irlandesa Thin Lizzy. Don’t Tread On Me pode ser interpretada como uma canção patriótica pois conota-se com a associação “American Revolutionary War e o titulo da canção é a máxima dessa associação. “Give me liberty or give me death” é uma fala famosa do revolucionário Patrick Henry. Curiosamente James Hestfield detesta a canção pelo motivo de ser patriótica a mais, uma razão grande para nunca estar presente no set list da banda ao vivo. Through The Never situa-se em território tão conhecido pelos velhos fãs, o trash metal. Nothing Else Matters é talvez a primeira verdadeira balada criada pela banda. Tem a participação especial de Michael Kamen (famoso pelas baladas Who Wants To Live Forever e Everything I Do, dos Queen e Bryan Adams). A letra nostálgica e as guitarras estruturadas tem um facto curioso: um fã da banda que compre uma guitarra (seja eléctrica ou acústica) acaba sempre por tentar aprender os primeiros acordes nessa musica e isso até pode ser verdade já que fui testemunha num caso semelhante. A canção chegou a nº 11 na tabela Mainstream Rock tracks e foi um dos fortes motivos para o descontentamento dos fãs mais acérrimos. Um clássico nas rádios nacionais. A nona canção, Of Wolf And Man, inspirada no filme “Wolfen” pode também basear-se na Licantropia e o estado da transformação de homem para lobo. The God That Failed é uma canção muito pessoal de James Hestfield. Inspirada na morte da sua mãe, membro da Igreja Cientifica de Cristo, que recusou tratamento contra o cancro, acreditando que Deus podia curá-la é como se sabe ela acabou por morrer. Hestfield explicou que a letra Também tinha outro significado, o de ser excluído nos círculos de amigos na escola por ter pais demasiado religiosos. O intro da canção é simplesmente poderoso graças ao bom trabalho na bateria e baixa que actuam ao mesmo tempo. é uma das melhores faixas e das mais polémicas de sempre. My Friend Of Misery talvez seja o único ponto baixo do álbum. Apesar dos versos (pessimistas) muito bem estruturados a musica não está muito bem condicionada. Newsted queria que a faixa fosse um instrumental (este é o primeiro álbum sem um instrumental) o que não aconteceu. Finalmente ficamos com a ultima canção, The Struggle Within, uma faixa que aproxima-se muito do álbum St Anger, principalmente no intro, embora que o som seja até distante a estrutura não fica. No primeiro tempo James Hestfield interpreta um dos seus melhores momentos (faz lembrar muito o modo agressivo como Freddie Mercury interpreta em Stone Cold Crazy), uma faixa que apesar de nunca ter visto a luz do dia diante numa plateia, não deixa de ser uma das melhores. O álbum resultou num imenso sucesso e o nome Metallica foi apresentado definitivamente ao mundo. Eles vieram para cá ficarem!
Só espero bem não aturar outro Load e que tenham a mesma agressividade que tiveram de volta no St- Anger (mas sem a bateria tosca e faixas que ultrapassam 5 minutos e ainda por cima sem solos de guitarra), que seja o bom e velho trash metal!
1. Enter Sandman 2. Sad but True 3. Holier Than Thou 4. The Unforgiven 5. Wherever I May Roam 6. Don't Tread on Me 7. Through the Never 8. Nothing Else Matters 9. Of Wolf and Man 10. The God That Failed 11. My Friend of Misery 12. The Struggle Within
Produzido por Bob Rock, James Hetfield e Lars Ulrich. duração:62:16

Thursday, August 30, 2007

UFO - Force It(1975)




















Os UFO são uma banda britânica que fizeram muito furor na década 70 com o seu hard rock muitissimo inspirado, a fama da banda deveu-se muito do guitarrista Michael Shenker (também passou pelos Scorpions), virtuoso e dono de um estilo unico de "riffar" com distorções e solos altamente inflamáveis! Dá para reparar que Steve Harris (Iron Maiden) inspirou-se muito do baixista Pete Way. Aqui em Portugal infelizmente é dificil encontrar álbuns desta banda magnifica, e nem imaginam a cara que tive quando comprei o The Best Of deles, foi excelente e dificil de separar dele. Seja como for, Force It é um álbum que vale a pena ouvir num festival hard rock. Apreciem!

1. Let It Roll (03:55)2. Shoot Shoot (03:36)3. High Flyer (04:01)4. Love Lost Love (03:19)5. Out In The Street (05:13)6. Mother Mary (03:47)7. Too Much Of Nothing (04:03)8. Dance Your Life Away (03:32)9. This Kid's ( Including Between The Walls) (06:14)

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(Link originado do Metalmp3)

Tuesday, August 28, 2007

Muddy Waters

Muddy Waters sempre foi e será o meu blues man favorito, uma pequena biografia (meio abrasileirada, mas pronto) sobre o mestre retirado no wikipedia.org

Muddy Waters (4 de abril de 1915 - Issaquena County, Mississippi30 de abril de 1983 - Westmont, Illinois) foi um músico de blues norte-americano, considerado o pai do Chicago blues. Seu nome completo de batismo é McKinley Morganfield.

Biografia
O nome artístico (em português, Águas Lamacentas) ele ganhou devido ao costume de quando criança brincar em um rio. Ele mudaria-se mais tarde para Chicago, Illinois, onde trocou o violão pela guitarra elétrica. Sua popularidade começou a crescer entre os músicos negros, e isso o permitiu passar a se apresentar em clubes de grande movimento. A técnica de Waters é fortemente característica devido a seu uso da braçadeira na guitarra. Suas primeiras gravações pela Chess Records apresentavam Waters na guitarra e nos vocais apoiado por um violoncelo. Posteriormente, ele adicionaria uma seção rítmica e a gaita de Little Walter, inventando a formação clássica de Chicago blues.
Com sua voz profunda, rica, uma personalidade carismática e o apoio de excelentes músicos, Waters rapidamente tornou-se a figura mais famosa do Chicago Blues. Até mesmo B. B. King referiria-se a ele mais tarde como o “Chefe de Chicago”. Suas bandas eram um “quem é quem” dos músicos de Chicago blues: Little Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells, Willie Dixon, Otis Spann, Pinetop Perkins, Buddy Guy, e daí em diante.
As gravações de Waters do final dos anos 50 e começo dos 60 foram particularmente suas melhores. Muitas das músicas tocadas por ele tornaram-se sucesso: “I’ve Got My Mojo Working”, “Hoochie Coochie Man”, “She’s Nineteen Years Old” e “Rolling and Tumbling”, grandes clássicos que ganhariam versões de várias bandas dos estilos mais diversos.
Sua influência foi enorme em muitos gêneros musicais: blues, rhythm and blues, rock, folk, country. Foi Waters quem ajudou Chuck Berry a conseguir seu primeiro contrato.
Suas turnês pela Inglaterra no começo dos anos 60 marcaram provavelmente a primeira vez que uma banda pesada, amplificada, se apresentou por ali (certo crítico sentiu-se obrigado a sair de um show para escrever sua análise por achar que a banda tocava muito alto). As músicas de Waters inclusive exerceram grande influência nas bandas britânicas. O Rolling Stones tirou seu nome de “Rollin’ Stone”, de 1950, mais conhecida como “Catfish Blues”. Um dos maiores sucessos do Led Zeppelin, “Whole Lotta Love”, foi baseado em “You Need Love”, composta por Willie Dixon . Foi Dixon quem compôs algumas das músicas mais conhecidas de Muddy Waters, como “I Just Want to Make Love to You”, “Hoochie Coochie Man” e “I’m Ready”.
Entre outras canções com as quais Waters tornou-se conhecido estão “Long Distance Call”, “Mannish Boy” e o hino do rock/blues “I’ve Got My Mojo Working”.
Muddy Waters morreu em Westmont, Illinois, aos 68 anos e está sepultado no Restvale Cemetery, Alsip, Illinois, perto de Chicago.

Discografia
1941 - Stovall's Plantation
1941 - First Recording Sessions 1941-1946
1948 - I can't be satisfied
1950 - Rolling Stone
1953 - Baby Please don't go
1954 - (I'm Your) Hoochie Coochie Man
1955 - Mannish Boy
1956 - Got My Mojo Working
1956 - Louisiana Blues
1956 - Mississippi Blues
1960 - At Newport
1960 - Muddy Watersy sings Big Bill Broonzy
1963 - Folk Festival of the Blues
1964 - The best of Muddy Waters
1964 - Folk Singer
1964 - Muddy Waters
1965 - Live Recordings 1965-1973
1965 - Muddy Waters with Little Walter
1965 - The Real Folk Blues
1966 - Down on Stovall's Plantation
1966 - Muddy Waters: The Blues Man
1966 - Muddy, Brass and Blues
1967 - Blues from Big Bill's Copacabana
1967 - Muddy Brass & the Blues
1967 - More Real Folk Blues
1968 - Super Blues
1968 - Super Super Blues Band
1968 - Electric Mud
1969 - After the Rain
1969 - Fathers and Sons
1969 - Sail on
1970 - Vintage Mud
1970 - Back in the Good Old Days
1970 - Good News
1970 - Goin'Home: Live in Paris 1970
1970 - They call me Muddy Waters [I]
1971 - They call me Muddy Waters [II]
1971 - Live at Mister Kelly's

Galinhas Do Mato

Galinhas Do Mato é o ultimo registo de José Afonso e um dos mais belos discos nacionais de sempre. Os estilos aqui presentes e diversificados foram explorados exaustivamente ao longo de mais de trinta anos, desde o Fado de Coimbra, a musica ligeira, ritmos africanos e pop. É certo que o trovador dos tempos modernos estava impossibilitado de cantar devido ao avanço da sua doença mas isso não impediu de lançar mais um álbum moldado pela sua alma. As criticas mordazes á sociedade moderna e ao consumo estão aqui mas também seguem acontecimentos de uma tradição sonora que José Afonso nunca esqueceu. José Afonso compôs o álbum todo mas só interpreta dois temas: Escandinávia Bar-Fuzeta e Década de Salomé. Os convidados que tiveram a honra de emprestarem a voz foram: restantes emprestaram a voz Helena Vieira (Tu Gitana), Né Ladeiras (Benditos), Luís Represas (Agora) Janita Salomé (Moda do Entrudo, Tarkovsky, Alegria da Criação), Catarina e Marta Salomé (Galinhas do Mato) e ainda José Mário Branco (Década de Salomé, de parceria com Zeca). Galinhas Do Mato é um disco notável e bem concedido, a sua voz pode não ser o suficiente mas o seu carisma está presente a 100%. É um disco diversificado e vai surpreende-lo, não há temas péssimos, tudo encontra harmonia acompanhada pela perfeição iminente.
"Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.” Zeca Afonso-
1 - Agora (José Afonso) 2 - Tu Gitana (Cancioneiro de Vila Viçosa/José Afonso) 3 - Moda do Entrudo 4 - Tarkovsky (José Afonso) 5 - Alegria da Criação (José Afonso) 6 - Década de Salomé (José Afonso) 7 - Benditos (José Afonso) 8 - Galinhas do Mato (José Afonso) 9 - Escandinávia Bar-Fuzeta (José Afonso) 10 - À Proa (José Afonso)
Créditos: Músicos: Júlio Pereira, Luís Represas, Helena Vieira, Janita Salomé, Né Ladeiras, José Mário Branco Gravado nos estúdios Angel 1 e 2 Capa: Alberto Lopes Fotografia: Roberto Santandreu Som: José MAnuel Forte e Rui Novais Produção e direcção musical: Júlio Pereira e José Mário Branco Lançado em 1985

Monday, August 27, 2007

Sunday, August 12, 2007

Magma- 1001 Degrees Centigrades (1971)



Um álbum muito fora do comum, uma sonoridade embrunhada entre vultos enlouquecidos pela manutenção do jazz/rockprogressivo/psicadélico/musica erudita que não deixa ninguém indiferente. É um álbum raríssimo de encontrar, portanto só mesmo p'ra sacar... são poucos os álbuns rock progressivo que prendem a minha atenção já que a minha alma está mais orientada para o peso e muito rock and roll

Para fazer download: http://a-taverna-do-barbaro.blogspot.com/2007/08/magma-1001-degrees-centigrades-1971.html

Michelangelo Antonioni (1912-2007)


Michelangelo Antonioni (Ferrara, 29 de setembro de 1912Roma, 30 de Julho de 2007)

Faleceu um grande cineasta de origem italiana. Para quem gosta de porrada e muita acção e efeitos especiais bem pode esquecer, a obra de Michaelangelo é sinónimo de um sentimento realista e existencialista. Chegou a trabalhar para Roberto Rossellini.
Descanse em paz...


O primeiro filme que presenciei...é de cortar a respiração...

Monday, July 2, 2007

The Who- Who's Next


The Who- Who's Next Considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, Who’s Next, foi lançado em 1971 no dia 25 de Agosto no Reino Unido, a explorou todas as técnicas e tecnologia de estúdio até a limite e foi uma das primeiras bandas a utilizar sintetizadores e samples. Esta obra prima é reconhecida como a maior obra prima da banda tanto pelo publico como pelos críticos. O álbum surgiu das cinzas do desastroso projecto Lifehouse que não chegou a ver a luz do dia. Pete Townshend pretendia organizar um concerto e utilizar os dados pessoais do publico para depois transferir para um sintetizador análogo ARP para criar musicas contínuas que complementava num só como se tratasse duma história cinematográfica, apesar de ser também um dos objectivos de Pete Townshend em criar um filme. O projecto comprovou ser irrealizável de vários maneiras, o que provocou um grande desentendimento entre Pete e o produtor da banda, Kit Lambert, levando o guitarrista às raias de um colapso nervoso quase suicida. A banda começou tudo no zero, apesar de aproveitarem de algumas canções do projecto Lifehouse, foi graças ao engenheiro de som, Glyn Johns que proporcionou uma nova visão que revolucionou todo o álbum e de imediato iria transformar todas as faixas em clássicos do rock. O álbum apresenta arranjos de grande qualidade, com grandes avanços, com um resultado absolutamente espantoso para a época, e praticamente inédito no rock. Who’s Next começou por ser divulgado informalmente com a banda a tocar o material na sala de espectáculos Young Vic, em Londres, em três Segundas feiras consecutivas na Primavera de 1971. O álbum abre com Baba O’Riley, um dos temas do projecto Lifehouse, tem a maravilhosa introdução, edificada de uma forma soberba graças ao sintetizador ARP e ainda um solo de violino por Dave Arbus. Uma das melhores faixas, sem duvida. Bargain, puro hard rock, estimulante e poderoso com uma secção psicadélica no centro da faixa. A letra relata sobre a baixa auto-estima do guitarrista. Love Ain’t For Keeping é justamente rock mas mais soft e uma mistura funk. My Wife é um tema enlouquecido, boogie destravado e vozes corais em tom grave. Um rock and roll doutra maneira. A balada The Song Is Over atinge um sinal épico e o apogeu do lirismo que Pete tanto tenta. Os sintetizadores dão vida á faixa e um ambiente quase surrealistico. Para quem duvidasse da capacidade dos The Who para criarem um tema subtil de paixão The Song Is Over diz tudo. Gettin In Tune começa calma, com Pete Townshend no piano mas o refrão atinge o máximo de força até não mais poder. Uma balada moderna para aqueles tempos. Deveria ser lançado como single devido ao seu potencial. Going Mobile é a única cantada unicamente por Pete Townshend o que prova que sabe cantar tão bem como Roger Daltrey. Behind Blues Eyes é actualmente mais conhecida por ser um êxito dos Limb Bizkit, mas os The Who já eram donos deste tema excepcional mesmo antes de ser apresentado á nova geração. A versão original como sempre consegue superar a cópia. Roger Daltrey consegue ter a proeza de cantar o tema magnificamente como nenhum seria capaz com este tema. Um clássico, disso ninguém duvida. O tema mais épico da banda é também o melhor. Falo de Won’t Get Foleed Again. Uma viagem interminável com riffs poderosos da guitarra de Pete, sintetizadores com sonoridades nunca antes imaginadas pelo homem, a bateria furiosa do frenético Keith Moon e um baixo estrondeante de John Entwhiste. Presença obrigatória em todos os concertos! quanto á capa do disco traz uma fotografia da banda que acabou de urinar num imenso bloco de concreto; a foto parece ser uma referência ao monolito descoberto na Lua no filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, que fora lançado apenas três anos antes. O “monumental” desrespeito pode ser também, assim como o título do disco, uma recusa simbólica da banda de passar o restante de sua carreira tocando Tommy. O mictório de pedra presente na capa fica em Easington District Collliery, em County Durham. O projecto inicial para a capa apresentava fotos de mulheres grotescamente obesas e nuas, sendo amplamente divulgada mas nunca apareceu no álbum. Outra capa diferente trazia o baterista Keith Moon a usar uma lingerie preta, um chicote e de peruca loira (esta foto apareceu no livrete do CD remasterizado). Por ultimo, a banda nunca foi tão criativa como neste álbum. É um clássico que se consegue ouvir incansavelmente durante uma vida inteira.

LP: "Baba O'Riley" – 5:59 "Bargain" – 5:34 "Love Ain't for Keepin'" – 2:11 "My Wife" (Entwistle) – 3:41 "The Song Is Over" – 6:16 "Getting in Tune" – 4:50 "Going Mobile" – 3:43 "Behind Blue Eyes" – 3:39 "Won't Get Fooled Again" – 8:32

Metallica- Master Of Puppets

Esqueçam os anos 90 em que os Metallica apareciam sempre no MTV, esqueçam o seu som comercial, a sua impotência, as suas almas vendidas para o diabo e tentam lembrar-se dos verdadeiros Metallica, uma banda de trash metal. Após este grande álbum, cheio de energia, maduro e vertiginoso, injustamente morreria Cliff Burton, baixista, num acidente de autocarro durante a tour, na Suécia, em 1986. Mesmo sem um Hit, sem passar nas rádios ou na televisão, Master Of Puppets conseguiu vender mais de 500.000 cópias! Kill ‘Em All (o mais feroz de todos) e Master Of Puppets são considerados os melhores segundo os fãs. Aqui neste maravilhoso fogo o álbum é determinado por uma agressividade extrema no entanto musicalmente muito mais elaborado, as letras muito mais profundas e agressivas tornam-se mais progressivas donde forjaram uma batida única e martelada. Battery cai um bocado de lado quanto ao som, o intro é fantástico, donde abre com uma melodia calma passando de repente para algo agressivo que iria perdurar até ao álbum inteiro. Master Of Puppets, unico! Para quem é fã metaleiro deve gostar realmente desta pérola, com refrães sem misericórdia (...”Master, Master, Just call my name, ‘cause i’ll hear you scream”...). The Thing That Should Not Be traz algumas partes influenciadas pelo ultimo, o Ride The Lighting, mas excelente na mesma. A voz de James Hetfield mostra-se espantosamente melodiosa e aguda passando de seguida para algo grave em Welcome Home (Saturium). Agora vem a minha favorita, Disposable Heroes rápida, veloz, riffs a uma velocidade acima de um raio de luz dispensa de apresentações. 100% trash metal, letras arrogantes e enraivadas (...”You coward, you servant, you blind man...”) sobre morte e guerra, com grandes solos (já clássicos) de Kirk Hammett e de uma duração de mais de 8 minutos de agressividade extrema, pena não ser single. Leper Messiah, enche já esta usina cheia de clássicos, mais uma vez espanta a todos e a ninguém com grandes riffs e solos, mas curiosamente já mostra alguma influência do que está para vir (tanto no ...And Justice For All como no Black Album), o ponto alto está também para Lars na bateria. Orion, é um instrumental com grandes solos de baixo do falecido Cliff e guitarrada de Kirk, começando num ambiente calmo e quase silencioso alternado para algo como se movesse como vento, tornado mais pesado com o passar do tempo! Damage, INC fecha em grande estilo, um tema forte (“…Blood will follow blood, Dying time is here, Damage Incorporated…”) para destaque vai os solos rápidos de Kirk. Infelizmente depois deste só haveria álbuns de pouca qualidade e com o tempo foram perdendo a sonoridade enraivecida que já era marca registada dos Metallica.

Monday, June 25, 2007

Dire Straits- Dire Straits

Os Dire Straits foram uma das bandas mais carismáticas no final da década 70 e metade de 80. Formada em 1976 pelo guitarrista/vocalista Mark Knopler, que antes era professor de literatura inglesa, pelo seu irmão, também guitarrista, David Knopler , o baixista John Illsley e o baterista Pick Withers. Com esta formação gravaram a demo Sultans Of Swing que rapidamente tornou-se num sucesso no meio underground. Em 1977 seguiram numa digressão mundial para a primeira parte dos Talking Heads. Nesse mesmo tempo foram contratados pela Vertigo onde, como se sabe, gravaram o seu primeiro álbum. Curiosamente os Dire Straits alcançaram sucesso nas paradas britânicas no meio do punk e new wave que dominavam desde então o mercado inglês. O som da banda era demasiado complexo, tipicamente pub e com raizes country americano, rock clássico, jazz e influências fortes de J. J. Cale o que faz a banda sair da corrente musical que se vivia naquela altura. Mark Knopler, não só professor como também critico de rock, um guitar g«hero para as novas gerações, bonacheirão e indolente (voz arrastada como a de Bob Dylan, mas menos analasada), com uma técnica muito particular (os seus arpejos com as pontas dos dedos farão sofrer muitos guitarristas amadores), Mark Knopler apura com este primeiro álbum, produzido por Muff Winwood. O álbum abre com Down To The Waterline, o inicio fica para Mark Knopler na acústica passando para o country eléctrico, como se estivesse a ver um filme de cowboys. Water Of Love, lança um pouco de raízes africanas, percebe-se que a banda atravessa o seu melhor momento com este álbum. Setting Me Up, funk/rock descontraído com um pouco de influencias southern rock. Six Blade Knife, funk rock altamente pesado com influencias um pouco de hard rock do seu tempo. Southbound Again, um tema surpreendente, a voz de Mark Knopler encaixa perfeitamente nos velhoes blues. Um tema predilecto para quem ouve. Sultans Of Swing (nº 4 nos EUA e nº 8 no Reino Unido) é daqueles temas que fica para sempre na história da banda. a obra-prima de Mark Knopler que nunca mais conseguirá igualar e tentará imitar (como em Walk Of Life), o tema demonstra também um talento para o ambiente live, daqueles hinos de estádio, é claramente influenciado pelo jazz/rock. saiba-se que os System Of A Down coverizáram-na! In The Gallery, balada poderosa e doce , tema épico e magnificamente orquestrado pela técnica tipica de Mark Knopler. Marca também o aparecimento do lirismo mais progressivo (que tentará fazer em Love Over Gold). Wild West End é um tema ilustrado pela fórmula soul/pop/rock. Embelezada pela leveza da acalmação perfeita, um tema country e reflexivo. O pop perfeito que tantos artistas tentam encontrar (alguns conseguem) está no tema Lions, o tema apropriado para fechar este clássico. Podiam não saber mas os Dire Straits lançaram o melhor álbum (juntamente com Brothers In Arms), não cansará dele, vai impressioná-lo e ainda ouvir vezes sem contas o álbum que deu a conhecer a banda ao publico internacional. Um must.

Sunday, June 17, 2007

Patti Smith, A Maria Rapaz

Tudo começou numa bela manhã por volta das oito horas. Uma manhã gélida, as folhas acastanhadas de Outono embaralhavam-se no leito da estrada de alcatrão e num quiosque mesmo ao lado da paragem onde costumo apanhar o autocarro compro o jornal O Publico, o jornal de eleição para me actualizar. Até ai tudo bem. Como se sabe eu sou um fã feroz e sagaz que vivo no mundo de rock and roll e como se sabe mantenho-me informado sobre esse mundo paradoxo. Cada obra prima como A Night At The Opera ou The Wall representa um mundo para além deste mundo que toda a gente desconhece menos eu, um lugar só meu. Um esconderijo escondido em mim.
Não obstante, abro a página nº 24 da revista suplente «Y», uma revista obrigatória para comsumidores saciáveis de cultura e deparo-me para com Patti Smith. Sim o nome dela não me era estranho. Sim sabia de que década teve ela a sua primeira repercussão mas não sabia que musica fazia ela. Rock and Roll? Blues? Jazz? Ou Pop? O artigo não falava propriamente sobre essa tal cantora mas sim sobre o álbum Horses. as críticas, como pude observar, foram excelentes o que me levou a matar a minha curiosidade ao comprar estes álbum tão místico como pronunciara. Devo dar os meus parabéns pelo excelente artigo a Kathleen Gomes. O álbum representa, segundo a sua sonoridade, um post punk surgido dois anos antes da fama dele, uma maria-rapaz a cantar em altos berros mas com uma voz doce, bela e magistral. Liricamente, as letras retratam a sociedade, os tempos dificeis e os sonhos que temos que alcançá-los com muito esforço e suor. fala de Patti Smith na 1ª pessoa. Influências á parte só de Rimbaud, Jim Morrison e Bob Dylan, essas personagens tão conhecidas viriam a fazer parte da adolescência de Patti. A capa por si já vale muito no que diz respeito à cantora enraizada, fotografia tirada pelo fotógrafo lendário Robert Mapplephorpe e concepção da própria. Os musicos eram de alta qualidade e de um profissionalismo indeterminável, um deles fizera parte dos Television, o produtor era John Cale (ex-Velvet Underground). «Sou uma rapariga a fazer o que os gajos faziam habitualmente...», falara ela e bem. Um dia um critico vira um dos concertos de Patti e ficara surpreso por ela cuspir em palco e pronunciar algumas palavras «motherfuckers!». Era um dínamo vivo, basta ouvir a cover dos The Who, My Generation como bónus no Horses e saberão do que eu estou a falar. por fim saciei a minha curiosidade ao meter no meu PC e ligar no play. Foi um caso unico. bastou a musica para prevenir a loucura sobressaltada que ela transmitia. já descobri todos os cantos do mundo do rock in roll, já nada é novidade, saciei um pouco de tudo e até um mais de tudo. Como é vertiginoso este caminho. Como dizia Freddie:« O espectáculo deve continuar» e com toda a razão. O Horses foi um dos poucos e restantes álbuns a surpreender-me e curiosamente descobri por fim quem era a misteriosa intérprete que cantava «Because The Night», que passava frequentemente na rádio Comercial. Mas agora sei. é certo que ela não era uma daquelas raparigas Pop stars como Britney Spears ou Jennifer Lopez. É certo que ela não tinha unhas pintadas, lábios com baton, pó de arroz ou um corpo perfeito como aparece nessas caras tão perfeitas e de falsos sorrisos em que se vê nos prémios da MTV. Mas ela tinha e ainda tem estilo. A poesia que conseguiu transmitir é surpreendente. Ela foi determinada a conseguir chegar aonde sempre quiz. Com esforço e muito suor. Nunca quiz fama. Só dignava que alguém entendesse a sua musica. Nos dias de hoje raparigas como esta já não há. Tudo culmina à perfeição. já não há sinceridade por trás das camâras. Como já disse só há Britney speares ou Jenifferes, ou seja a musica plástica. Trinta anos não bastaram para que Horses, o melhor de Patti, caisse no esquecimento. O artigo que aqui escrevo é pela simples razão de prestar homenagem á verdadeira musa da musica. Ave Patti Smith!

Bad Company- Bad Company

Uma banda como os Bad Company não podiam resultar melhor que isto! Definindos como super banda e com razão: Paul Rodgers (apesar da proposta irresistivel de substituir Ian Gillian dos Deep Purple decide avançar com o seu novo projecto) caracterizado pela sua voz de blues apaixonantes, pelo Simon Kirke ambos dos Free, por Mick Rhapls (insatisfeito com a liderança de David Bowie nos Mott The Hopple sai de imediato e entra a convite para os Bad Co.), e por Boz Burrell dos King Crimson. Empresariados pelo lendário Peter Grant (também empresário dos Led Zeppelin) assinam contrato para a inexperiente gravadora Swan Song e logo no inicio lançam Bad Company e o sucesso é imediato ocupando o primeiro lugar nos EUA e ocupando a terceira posição no Reino Unido. As suas letras entram nas linhas básicas em que descreve o amor não conseguido e a necessidade de «refrescar as ideias» vadiando. Em termos líricos e visuais os Bom Jovi bem podiam ser os Bad Co nos anos 80 já que prefiguram com similaridade. O disco apresenta-se de blues e rock in roll quase clássico e quase pré-moderno ou seja: eles encontraram uma sonoridade única que iria definir a banda nos próximos discos. Baladas roqueiras de sucesso iriam ser a marca registada da banda. Comecemos por Can’t Get Enough. A faixa apresenta um blues pesados e quase hard rock e decerto que para quem é fã do rock setecentista não vai desiludir com esse clássico fartamente passado nas rádio fm de rock. É uma canção que fala de amor nada mais mas que torna-a num clássico é pelas guitarradas de Simon Kirke. A Rock Steady, na minha opinião a melhor de todas, com ingredientes básicos mas Paul dá um toque especial graças à sua voz única. O intro e os refrães não desapontam. Ready For Love com um blues quase funk e badalado pela voz charmosa de Paul. Se para quem gosta de gospel com coros em uníssono decerto que a Don’t Let Me Down é a canção certa para os seus ouvidos. Bad Company não desiludi tal como o resto das faixas, não é só mais uma para preencher o álbum mas sim mais um clássico. As memoráveis linhas «Till the day I die» são tipo quase teatrais de um clima avassalador ou tipo cabaret em que está num estado melancólico. Pura poesia. O ponto alto também está presente no baixo alinhado de Boz Burrell e Paul toca piano na mesma tal como em Don’t Let Me Down. The Way I Choose uma balada quase jazz que percorre também blues de letra em que narra momentos de lamentos no passado. O rock in roll aperta-se em Movin’ On num estilo quase cowboy e cheio de estilo com grandes solos de Mick Ralphs. Seagull é simplesmente maravilhosa. Estou certo se fosse lançado em single seria um sucesso de tabelas. Uma balada quase country, a Seagull é simplesmente soberba, é dificil odiar este clássico. Paul nunca esteve melhor, Mick nunca tocou excelentemente guitarra acústica como aqui. Num clima tipo «hippie» a harmonia está presenciada fazendo lembrar o coral de Simon e Grafunkel. Para quem gosta de rock clássico ou de Bon jovi ou Journey não desiludirá com esta pérola que é considerado nos dias de hoje um clássico.

Paul Rodgers- Voz e piano e co-guitarra em Can’t Get Enough

Mick Ralphs- Guitarra/Keyboards

Roz Burrell- Baixo

Simon Kirke- Bateria

Mel Collins- Saxofone em Don’t Let Me Down

Produzido por Bad Company Lançado em Junho de 1974

Monday, June 11, 2007

Bryan Adams- Reckless

Bryan Adams não foi só um rapaz de calças de ganga e de t-shirt cantando baladas pop e endoidecendo raparigas na década 80. ele sabia e ainda sabe fazer um bom rock in roll, límpido, directo e por vezes até pesado. Reckless por sinal é o que melhor sintetiza a sua maestria. Mesmo antes deste grande clássico Bryan Adams já estava no mundo da musica lançando três álbuns de grande qualidade (Bryan Adams, You Want It, You Got It e Cuts Like A Knife) mas foi com Reckless que acertou, devido á grande variação musical e inspiração, e também por ser o trabalho menos pesado e mais acessível. Keith Scott (guitarrista) que acompanha Bryan Adams desde o inicio da carreira, fazendo dupla com o próprio Adams nas guitarras ritmicas, demonstra um talento fora do vulgar em tocar solos bem competentes e agradáveis (ao vivo chega a tocar 10 minutos tal como Brian May a tocar Brightom Rock), é elemento bem fundamental para a constituição da banda. Ironicamente estávamos numa época em que as tabelas eram dominadas por sintetizadores (tipo Tears For Fears, Madonna, Despeche Mode) Bryan Adams cingiu-se ás armas e ofereceu uma elite de clássicos do rock que vale a pena lembrar. Vamos a isso:

One Love Affair- simplesmente uma grande musica. Veiculada por um clima pop/rock, a vocal de Bryan está em grande forma, muito melodiosa, o álbum abre em grande estilo.


She’s Only Happy When She’s Happy- de estilo rock in roll bem básico com um feeling «cool», agradável de ouvir e dificil de detestar.


Run To You- quem não conhece esta faixa! Um grande clássico na década 80, em que passava fartamente nas discotecas e nas rádios (e ainda hoje passa), com um grande riff, bem trabalhada e muito comercial, de formato pop.


Heaven- Uma super balada muito pop, chegou a numero um nos EUA. As teclas dominam de uma forma magistral, faz qualquer um tremer de emoção (‘tou a exagerar). Só acho pena que esta faixa tenha sido evitada nos dias de hoje, por sinal é uma grande canção.


Somebody- espectáculo! É tudo o que posso dizer. Tem um certo feeling de estarmos a ouvir ao vivo, porque os refrães apelem muito a que o publico acompanhe o cantor, cheia de energia é um clássico absoluto de rock in roll e como não podemos deixar de esquecer Keith Scott faz um solo formidável.


Summer Of ’69- mais um grande clássico de Bryan. A letra fala basicamente da adolescência de Bryan com uma certa ironia, o intro é fantástico com grande riffs, uma faixa bem ao estilo de pop/rock que passou extensas vezes na MTV. Agrada muito ao ouvinte é difícil de detestar. Curiosamente Bryan tocou esta faixa ao vivo no Pavilhão Atlântico em versão acoustica, que eu detestei, merecia ter mais destaque e um formato original, e a Somebody infelizmente foi esquecida.


Kids Wanna Rock- Rock da pesada. A letra é bem engraçada e simples. Apela a que os Djs das rádios toquem mais rock, o Disco e New Wave recebe uma espécie de duras criticas por parte de Adams, mas isso tudo numa brincadeira.


It’s Only Love- Bryan canta em parceria com Tina Turner este clássico. Bem energético mas que demonstra ser uma faixa roqueira como se Tina estivesse a voltar aos velhos tempos, vozes impecáveis mas sofre por ser uma faixa um bocado desordenada e directa.


Long Gone- uma das minhas faixas favoritas, Bryan Adams está fenomenal na voz de cronner, com uma batida bem pesada e mais uma vez apresentamos um dos grandes guitarristas: Keith Scott em grande estilo.


Ain’t Gonna Cry- o inicio surpreende qualquer um pela entrada das baquetas com todo o furor e fúria. O baixo também se torna audível. Está aqui um pouco de tudo, é uma faixa com um rock in roll bem relaxado e mais uma vez Bryan usa a voz de cronner, com refrães pegajosos e energéticos e Keith brilha mais uma vez com um solo bem distorcido. Ou seja o álbum encerra em grande estilo.


Bryan adams só descobriu o seu estrelato definitivo com (Everything I Do) I Do It For You mas a sua verdadeira obra olha desde para trás até ao seu ultimo álbum. Se para quem prefere um rock mais pesado (chegando mesmo ao hard rock) aconselho vivamente Waking The Neighbours. Bryan Adams sempre recusou o estatuto de superstar sendo sempre o mesmo musico desde o inicio, ou seja sincero sem mudanças sonoras, fazendo aquilo que ele mais gosta de fazer: tocar guitarra, é esse o eterno adolescente que traz grandes surpresas e muito rock in roll. O trabalho Reckless é um dos meus álbums favoritos da década 80 e o melhor da carreira de Bryan Adams. É intemporal.


Lançado a Fevereiro de 1985

Produzido por Bob Clearmountain