Thursday, October 11, 2007

Xutos & Pontapés- Dizer Não De Vez (1992)

Dizer Não De Vez Uma instituição como esta de grande valor nacional nunca deve ser esquecida. Os Xutos & Pontapés engrandeceram o rock português no inicio da década 80 e foram uma das poucas que sobreviveram na companhia dos GNR e Rui Veloso. Começaram bem com os anos 90, depois do lançamento do álbum negro, Gritos Mudos onde transpuseram todas as mágoas e feridas difíceis de sarar com o passar dos anos. Com o Dizer Não De Vez as letra escrevem-se sob a imagem objectiva envergando pelos problemas sociais ainda hoje actuais, o dia a dia, o trabalho, o patrão, a vida urbana e o típico português que tinha que aturar dificuldades, ou seja este álbum é a nossa alma que talvez não fique resolvida. O primeiro tema, Hás-de Ver, fala sobre esperança, enquadra-se na perfeição no dilema pop/rock para rádios. A deprimida Lugar Nenhum apresenta uma melodia melancólica e badaleira. Épica encarna na perfeição a tristeza e o vulto do som em espiral. Perfeito! Para quem disse que os Xutos nunca tocaram blues isso é mentira! Poço de Salvação é acompanhada pela instrumentalização típica e ainda uma harmónica. Seria uma faixa típica de Howlin’ Wolf se não fosse o caso de cantar em português. Patrão, salário e empregado tomem conta do Dia De S. Receber. A bateria de Kalú fala ainda mais alto. Refrão pop e guitarradas hard rock acompanhado pela dupla de mestres Cabeleira/Pedro sintonizam com Velha Canção Da Cortiça. A letra podia ser um hino aos trabalhadores que desprezam tudo o que é abuso nesta sociedade utópica. Um hino ao comunismo talvez. Estupidez traz uma melodia um pouco semelhante a Back In Black mas sem plagiar, os Xutos renovam à sua maneira. Esta faixa é mesmo uma bomba! Os refrães sarcásticos, os riffs e a voz pseudo rapper de Tim estão a 100%. Eram os tempos das vacas gordas ou ainda serão? Chuva Dissolvente é uma das canções mais belas que os Xutos já fizeram. O dia a dia, a vontade de viver e as pessoas que desaparecem com o passar do tempo neste meio urbano. Os Xutos demonstram um vigor em acompanharem a sociedade urbana portuguesa nas suas composições. Lei Animal abre com uma introdução de ritmos africanos para depois alterar o estado e sobressair os Xutos. O esquadrão põe a mote o hard rock com riffs incansáveis de ouvir e um Tim enlouquecido pelo seu lado animalesco. Passou-se de vez! Está mesmo em Alta Rotação este tema e que tema! Rápido e equilibrado pelo diluvio de riffs e vozes em uníssono que faz um verdadeiro rocker mandar tudo pelos ares. São toneladas de rock em espiral! O Que Foi Não Volta A Ser suga um pouco do som á la Circo De Feras (o inicio) e sem exageros mas parece pegar um pouco a sintonia Police. Este álbum ilustra na perfeição a sonoridade noventa que os Xutos estrearam com Gritos Mudos. Rock Na Roll de qualidade! Foi lançado em Fevereiro de 1992. Só peca pelo fraco trabalho na remastirização mas de resto está perfeito.

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