Wednesday, May 30, 2007

Nirvarna- Nevermind


Nevermind foi um golpe de sorte quando foi lançado. É inegável dizer que o Nevermind foi um dos álbuns mais influentes na década 90 e que abriu as portas ao grunge. O nome Nirvana foi explorada ridiculamente pelos meios de comunicação, pela juventude e foram expostas a uma fama interminável, a mesma que queriam evitar. Mas não vou falar da vida privada da banda nem no suicídio de Kurt Cobain, isso são factos para quem gosta de ler fait-diver ou mexericos. Estou aqui para falar do que realmente importa: de musica e o resto é cada um por si. Como se sabe o Hard Rock (o meu estilo de eleição) já estava saturado, nada mudava, os Bon Jovi tinham estragado a ética do Heavy Metal e começava a parecer mais modelos a cantarolar e a tocarem do que propriamente os verdadeiros defensores do Metal. Mas nem tudo estava perdido. Apareciam os Guns N´Roses, com letras que falavam não sobre amor e essa treta toda mas sim histórias da primeira pessoa e da própria realidade como nós realmente devemos ver. Era uma vida de Rock In Roll. Mas como eu disse o Hard Rock já estava saturado e repetitivo. Não havia como inovar. Os Nirvana eram quatro e passaram a três. Apesarem de todos eles terem gostos muito diversificados tocavam aquele som típico do underground. Era mais uma daquelas bandas de Seatlle do post- punk. Em 1989 lançaram o Bleach provavelmente o álbum mais punk que já fizeram e tiveram um sucesso relativo produzido por Jack Endino, um amigo da banda, por apenas 600 dólares. Ainda lançam um single, o ‘Silver’ (uma das minhas canções favoritas da banda) que só se encontraria dois anos depois no Incesticide, uma compilação de singles e covers altamente recomendável. Enquanto a banda divulgava os seus trabalhos a troca de bateristas era constante. O próximo produtor seria Butch Vig que tinha produzido Smashing Pumpkins e Sonic Youth e nos dias de hoje é baterista dos Garbage. Finalmente em Outubro de 1990 Dave Grohl, baterista de uma banda hardcore chamada Scream, entra para a banda. Dave Grohl é conhecido por incontáveis projectos e deu entrada a inúmeras bandas antes de entrar para os Nirvana. Antes da entrada do baterista a banda ainda lançou um EP, o ‘Blew’ que continha o grande hino da juventude 90, ‘Smells Like Teen Spirit’ numa versão completamente diferente daquela que se tornaria num grande sucesso. Após assinarem um contracto com a DGC (da Geffen Records) a banda entra em estúdio em 1991 para gravar o seu segundo álbum, o Nevermind com Butch Vig. É lançado no mesmo ano no dia 24 de Setembro. Tudo o que tenho a dizer sobre este álbum mítico simplesmente defino como o mais acessível, grandes melodias que se destacam muito, principalmente que Cobain descobriu que podia escrever grandes baladas como em ‘Polly’, o som bastante limpo apesarem de ainda manterem-se fiéis ao seu estilo e de nunca caírem para a repetição. belas letras, todas elas por Kurt Cobain e pela agressividade em algumas faixas, mas também temos pop em ‘Come As You Are’ e o quase psicadélico em ‘Drain You’ e o punk progressivo ?! em ‘Something in the Way’. É claro que temos como abertura o ‘Smells Like Teen Spirit’ com grandes riss, o riff de abertura faz-me lembrar o Southern Rock mas é uma composição/musica muito bem apanhada que pode agradar aos nossos ouvidos logo á primeira (isso depende da pessoa), ou seja um hino do grunge que ainda hoje passa nos canais de televisão onde tenha musica. ‘In Bloom’ é daquelas que juntamente com ‘Come As You Are’ agrada ás rádios mais acessíveis. ‘Lithium’ também merece destaque, uma canção triste com uma melodia simplesmente maravilhosa. Tudo neste álbum são pérolas atrás de pérolas. Estava previsto para ser vendido 100 mil cópias acabou por vender mais de 10 milhões de cópias, um acto que surpreendeu a própria editora como a industria fonográfica. Ainda hoje, passado mais de uma década continua a vender como pão e não é para menos. Foi eleito pelas revistas especializadas e pela imprensa como um dos melhores do ano 1991. A tão famosa capa também merece destaque. Filho de um casal amigo da banda, tornou-se memorável por uma criança de quatro meses a nadar debaixo da água atrás de uma nota de 1 dólar presa a um anzol. Em 2001 Spencer Elden (agora com 10 anos), convidado pela Rolling Stone, cometeu a mesma proeza mas desta vez estava atrás de uma nota de 10 dólares e tinha dez anos. O mais irónico é que aquele puto nem gosta de Nirvana. Mas seja como for se você é um coleccionador ávido de clássicos do mundo do rock in roll não insiste em ter mais um grande clássico juntamente com outros que tornaram memoráveis e que ao longo do tempo ainda não ganhou uma ruga. É a isso que se chama um clássico.

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