Thursday, May 31, 2007

Os Black Sabbath serão sempre uma das bandas mais envolventes de sempre. Por isso escolhi os Black Sabbath para abrir o tema “Era De Ouro” onde apresenta as melhores fases por parte da discografia de várias bandas. Esqueçam o Ozzy Osborne de hoje e lembram-se do Ozzy mais carismático, dono de uma voz fantástica, oiçam os riffs inovadores de Tommy Iommi, a bateria grulhenta de Bill ward e o baixo virtuoso de Geezer Butler. Esta é uma banda que vale a pena ouvir.














Black Sabbath
Foi o resultado de intensas jams em estudio, com um custo menor mas que já apresentava uma banda madura e bem ciente do caminho a tomar. Black Sabbath é um álbum fundamental para qualquer coleccionador de rock 70’s elevou a banda ao estatuto de superstar com uma rapidez impressionante chegando ao top 10 no Reino Unido. The Wizard apresenta um impressionante solo desde o inicio até ao fim de gaita-foles, da autoria de Ozzy Osborne. Black Sabbath, a faixa titulo é sinónimo de perturbação e assombro com uma complexa sintonia com o miticismo, a melhor do álbum. Felizmente, na remasterização de 2004 adicionaram a excelente Wicked World que sabe-se lá porquê não foi lançada durante o LP. Todo o resto do álbum também é excelente não existe nem a pior nem a mais ou menos. Tudo encaixa na perfeição.














Paranoid
A banda encontrou a perfeição com Paranoid. O melhor e o mais adorado álbum em toda a discografia. Inclui o mega hit Paranoid que foi a causa de intitular o álbum para chamar ainda mais atenção. Não sei qual é a melhor faixa porque tudo encaixa na perfeição sem falhas. Iron Man é o excepcional diluvio hard rock/metal que conta a história acerca de um homem que tenta salvar o mundo, mas essa mesma pessoa enlouquece e acaba por destruir o mundo. War Pigs é uma faixa anti guerra referindo-se á guerra do Vietname. Nesses tempos vivia-se um clima de grandes experimentações sonoras (como em The Dark Side Of The Moon) o que levou Tommy Iommi (guitarrista) a experimentar instrumentais unicos. E acerca de Planet Caravan? Só posso dizer que não é deste mundo!















Master Of reality
A banda vivia casos de paranóia devido ao rótulo de banda satânica que desde cedo recusaram e decidiram através dessas causas chamarem ao terceiro álbum de Master Of Reality. Um direccionamento mais ligado á realidade e relatos sobre os problemas do mundo eleva uma nova faceta da banda que deixa de lado os temas de misticismo. Foi mais uma das razões que fez a banda escolher esse titulo para o álbum. Com a recusa de um single, um som menos comercial e uma capa mais simples é a chamada simplicidade e relaxo que a banda procurava. Children Of The Grave é uma critica ás guerras nucleares. O ouvinte pode ouvir a introdução da tosse de Tommy em Sweat Grave, devido ao fumo de marijuana que surtiu um efeito curioso á musica. Mais uma vez a banda apela á qualidade que transmitem num álbum sem nunca se deixarem repetir-se.














Vol IV
Pela primeira vez a critica especializada reconheceu que a banda não era só “barulho” mas sim autores de melodias únicas e foi o que Vol IV construiu com uma diversificação e perfeição mutua. repletas de passagens sonoras sobrenaturais, mudanças e direcções rítmicas alucinantes e envolventes. Era uma criatividade musical avassaladora. Supernaut assimila uma energia indiscutível, a dedicação á ode de cocaina em Snowblind e a balada comercial Chances. Um álbum genial!








Sabbath Bloody Sabbath
Com a surpreendente abertura da faixa titulo Sabbath Bloody Sabbath a banda promete um álbum com um meio e fim digno de apreciar e reouvir mais do que uma ou dez vezes. Tommy Iommi (fã de Jazz e experimentalismo) decide aperfeiçoar a sua experiência musical com temas excepcionais como Spiral Architect e Who Are You mas também há grandes malhas que traz os velhos tempos como Killing Yourself To Live e National Acrobat. A banda também oferece peso com passagens sinfónicas de cordas em Looking For Today e Sabbra Cadabra o que dá ainda mais um ambiente onírico evocando climas épicos e fantásticos. Definitivamente a critica soube reconhecer que os Black Sabbath não eram uma banda qualquer.








Sabotage
Esqueçam a capa e oiçam o som que a banda constitui através da sua magia esotérica. Influenciados pelos Pink Floyd ou Uriah Heep a banda trouxe uma nova novidade: Megalomania. Uma viagem de 11 minutos que encaixa na perfeição do som da banda. Também há grandes faixas de peso como no blues rock Hole In The Sky ou Sympton Of The Universe. Outras novas novidades são Am I Going Insane que inclui um magistral ambiente de teclados da autoria de Ozzy Osborne, que de nada tem a ver com o som da banda e ainda a psicótica The Writ. Querem melhor que isto?







Never Say Die!
O novo álbum sai, mas já muito atrasado para promover a Tour, que está afundando cada vez mais graças ao aparecimento de menos público e á má disposição por parte da banda. Traz composições maduras e vigorosas, como a faixa-título Never Say Die, Johnny Blade, Junior's Eyes", Over to You, e a esplêndida Air Dance, alterna com um clima mágico e atemorizado, sem dúvida um dos melhores trabalhos melódicos da banda. No disco, o grupo conta com um excepcional trabalho de teclados de Don Airey. Talvez a melhor capa do LP de sempre.

Free- Fire And Water (1970)



Que saudades de grandes bandas que tocavam com alma e sentimento. Os anos 70 foi o berço de grandes bandas, virtuosas e que influenciaram gerações e ainda hoje influenciam. Os Free são um caso bem especial devido ao talento enorme de Paul Kossof, nunca ninguém tocou guitarra como ele tocou, com emoção. Enquanto Paul Kossof cuidava de uma loja de guitarras até que num belo dia chegou um cliente muito especial: um ainda desconhecido chamado Jimi Hendrix. O maior guitarrista do mundo pediu uma guitarra para esquerdinos e Paul disse que não tinha. Com o talento que Jimi tinha isso pouco lhe importava e começou a improvisar. O som que saía e disparava para os ouvidos de Paul era novo e inflamável. Passado alguns meses Jimi Hendrix estava a fazer fama graças oa seu single de sucesso "Hey Joe" Paul fica chocado e sabe o que quer ser no futuro. Finalmente encontrou a inspiração que tanto procurava. Tal como o seu ídolo Paul Kossof começou a praticar até atingir a perfeição. Quanto á banda, tudo começou em 1967 quando Paul Rodgers e Paul Kossoff, resolvem montar juntos uma nova banda. Kossoff chama então o baterista Simon Kirke, este aceita a oferta e junta-se a Paul Kossoff e Paul Rodgers. Marcam então um encontro num "pub" inglês, e a conversa foi tão boa que nessa mesma noite acabaram por saírem à procura de um baixista para a banda. Eis que se encontram com John Mayall, que lhes propõe um jovem de apenas 16 anos de idade apaixonado por blues chamado Andy Fraser. Começam a fazer jam-sessions nos pubs ingleses, ainda sem um nome definido. Acabaram por chamar a atenção de Alexis Korner que resolve "adoptá-los", inclusive tendo baptizado-os pelo nome de "Free" e os recomenda a Chris Blackwell, director da Island Records que fica encantado com o estilo blues pesado da banda. Assinam um contrato e logo em seguida lançam seu primeiro (e clássico) disco: "Tons Of Sobs". Saem então em digressão e abrem para os Blind Faith de Eric Clapton, logo de seguida vão em digressão pela Europa tocando junto com os Spooky Tooth e os Jethro Tull. Apesar de lançarem outro excelente álbum, auto titulado simplesmente de "Free" é com "Fire And Water" que chegam ao sucesso graças ao seu estilo inclassificável saído do boom blues dos finais dos sixties e que traçaria o caminho de certo rock seventies. Com o terceiro álbum a banda atingiu a fama, como já disse, que tanto desejava e graças ao seu single de sucesso: All Right Now. O álbum abre com Fire And Water, um rock típico dos seventies com grandes riffs. Ho I Wept blues calmos, a voz de Paul soa melodiosa com riffs inspirados. Remember é talvez a melhor balada, graciosa e nostálgica, Paul Rodgers está em grande forma sem duvida. Heavy Load mostra um lado mais experimental da banda, onde junta jazz com blues. Tem um solo magnifico de Paul Kossoff. Mr Big é conhecida entre o publico pela energia e enorme receptividade nos espectáculos (principalmente no Isle Of Wight) pelos longos solos, a voz tipicamente blues de Paul Kossoff, o baixo audível de Andy Fraser (tinha apenas 16 anos!) e a energia louca de Simon Kirke que constitui uma das melhores musicas da banda. Funk pesado da melhor qualidade, meus caros! Don’t Say You Love Me é uma balada sensivel, Paul Rodgers está entre a galeria dos grandes interpretes de baladas, a emoção da banda atinge o ápice com a magnifica e instável melodia que traspassa as nossas almas. A ultima, All Right Now, é um clássico que ainda hoje passa tanto no VH1 como nas rádios inglesas e é um verdadeiro hino ao hard rock. Atingiu surpreendentemente o nº 1 na tabela britânica e o nº 4 na tabela americana. Um clássico inesquecível e irresistível. Também vale a pena ouvir o o excepcional "Free Live" uma amostra do poder de fogo da banda ao vivo!




1. Fire and Water 2. Oh I Wept 3. Remember 4. Heavy Load 5. Mr. Big 6. Don't Say You Love Me 7. All Right Now dur: 35:01 Produção: Free


Paul Rodgers -Voz Paul Kossoff -Guitarra Andy Fraser -Baixo Simon Kirke -Bateria
O genial Paul Kossof

British Steel- Judas Priest


Um álbum estimulante e poderoso que influenciou o Heavy Metal no inicio da década 80. Eles são os Judas Priest. Pioneiros do Heavy Metal moderno e British Steel é o melhor da banda, sem duvida. Os Judas Priest já tinham lançado uma séries de álbuns, com excelente qualidade mas o erro fatal da banda era ter um estilo muito próprio e moderno para aquele tempo. o mundo ainda não estava preparado para eles até á chegada do seu melhor álbum: British Steel! Gravado em Tittenhurst, na casa de Ringo Starr, o que ajudou a criar sons curiosos como gavetas a bater ou talheres para dar o efeito de uma batalha entre robôs (Metal Gods) e ainda as portas que simulem a bateria (ainda na Metal Gods). Sem duvida que o resultado foi surpreendente, nunca ninguém deu conta disso até aparecer o Making Of. O álbum abre com a speed metal Rapid Fire. Poderosa e excitante com a guitarra dupla de dois grandes solistas em primeiro plano. Excelente trabalho. A faixa seguinte é um funk/metal na eficaz Metal Gods com refrães poderosos e riffs devastadores. Os Deep Purple têm Smoke On The water, os Black Sabbath têm Paranoid e os Judas Priest têm Breaking The Law, um inesquecível hino ao movimento New Wave Of The British Heavy Metal. Directa e de estrutura adequada para as rádios (que deu certo) com refrães difíceis de esquecer ainda hoje é adorada entre as rádios inglesas. “Imagina os policias dentro do carro a cantarem o refrão e a ouvir a canção” brincou Rob Halford. De facto é uma das melhores do álbum então ao vivo é ainda melhor. Se quer relaxar vem ai Grinder com pitadas de metal/hard rock. Uma boa faixa nada mais e dificil de esquecê-la. United é uma tentativa de fazer mais um sucesso mas que não resultou lá muito bem. É mais um clássico no repertório da banda, uma mistura de pop/metal (ainda antes de aparecerem os Def Leppard) e que apela á participação do público. You Don’t Have To Be Old To Be Wise segue a linha Heavy Metal mais no ambiente dos antigos trabalhos mas com um toque moderno. Os riffs da dupla Downing/Tipton, aliás uma das primeiras bandas a usar dois guitarristas na década 70, mais uma vez estão em alta inspiração. Living After Midnight é mais um grande hino da banda juntamente com Breaking The Law. A letra inspirada por um momento em que Rob Halford não conseguia dormir devido ao facto de Downing e Tipton estarem a tocar e bem alto nas secções de estúdio o que fez Hallford escrever a letra adicionando um pouco do seu humor. Os fãs eufóricos terão este clássico nos seus corações. The Rage é uma surpresa devido ao intro reggae! O que demonstra que os Judas não ouviam só Metal mas para além doutros estilos. Outro momento alto é o solo de guitarra no final que torna a faixa ainda melhor do que era. Steeler fecha o clássico absoluto em grande estilo. Curiosamente o som mostra já um pouco do caminho que os Judas Priest seguirão nos próximos álbuns. Speed/Metal com a brilhante actuação de Rob Hallford nas vocais (a sua voz alterna sempre de acordo com a musica para não tornar aborrecido) e solos bem á la trash metal. Como se dum diluvio se tratasse. Um final impressionante! É um álbum bastante preciso, cheio de pormenores e muito técnico com uma produção vigorosa. É o álbum definitivo da banda, sem duvida. [há ainda dois extras na remastirização: a balada lindíssima e a faixa ao vivo Grinder].


1- "Rapid Fire" – 4:08 2- "Metal Gods" – 4:00 3- "Breaking the Law" – 2:35 4- "Grinder" – 3:58 5- "United" – 3:35 6- "You Don't Have to be Old to be Wise" – 5:04 7- "Living After Midnight" – 3:31 8- "The Rage" – 4:44 9- "Steeler" – 4:30

Produção:Tom Allom/Judas Priest //Position Chart (UK)#3

Wednesday, May 30, 2007

Bon Jovi- Crush


Os Bon Jovi são uma das bandas raras que continuam a ter sucesso sucessivamente depois de mais de 20 anos no activo. Após cinco anos sem gravar material novo os Bon Jovi estão de volta á ribalta graças ao hino It’s My Life . bons tempos em que revivíamos mais uma vez a febre dos Bon Jovi. O sucesso comercial, apesar de soarem mais pop/rock do que nunca, deve-se também a excelentes músicos que souberam “fabricar” clássicos. Curiosamente é tradição um álbum abrir com faixas que imediatamente tornem-se em verdadeiros êxitos graças aos refrães inesquecíveis (We Will Rock You, Sunday Bloody Sunday, Highway To Hell e etc...) tal como acontece com It’s My Life que alcança sucesso na terra natal e principalmente na Europa. De estrutura pop/rock que encaixa na perfeição para as rádios. Tal como em Living Like A Prayer Ritchie Sambora usa o talk box, a letra faz referências a Frank Sinatra (“I did it my way”). Say It Isn’t So orientado para pop tem um video clip memorável com actores dentro dos seus mais famosos filmes. É pena o single não alcançar a máxima posição mas não deixa de ser uma faixa interessante. Thank You For Loving Me é sem duvida uma das melhores baladas que a banda já compôs. A voz de Jon Bon Jovi está no seu expoente máximo, oiçam o piano, simplesmente sublime. Two Story Town de andamento harmónico possui uma melodia relaxada. Next 100 Years são os Bad Company nos tempos de hoje com uma mistura de soul e gospel no final. Ou seja uma balada/pop. A banda não se esquece das suas influências e arrasam com o hard rock Just Old. A seguir vem uma das melhores composições do álbum: Mystery Train. Pop melódico com acordes simples mas puros cheios de sentimento (demasiado piegas, não?) como se estivéssemos á beira da janela e sentimos nostálgicos. Simplesmente inexplicável. Save The World sistematiza-se por um pop moderno com uma mensagem simples: ainda há esperança e podemos tentar salvar o mundo mesmo que não seja muito. Captain Crash and the Beauty Queen From Mars cmeça com um solo devastador de Ritchie Sambora na guitarra para depois entrar Jon Bon Jovi, espécie de crooner na voz, é uma faixa hard rock ao estilo de Thin Lizzy (uma das suas influências). Curiosamente faz insinuação á personagem de David Bowie nos tempos de Ziggy Stardust (“Dressed up just like ziggy but he couldn't play guitar”). She’s A Mystery segue a linha bem pop/country. Uma balada reflectiva e calma com acordes lindos de viola. Simplesmente belo. I Got The Girl é outro hard rock mas mais pesado com uma letra humorística. A banda “roqua” e “roqua” como se de doidos se tratassem. Um rock and roll sem restrições e porreiro. O álbum fecha com o também single One Wild Night, pop/rock de qualidade e um Jon Bon Jovi cómico na voz (reinará o niilismo?). Uma das melhores deste álbum. Ainda contém um extra: I Could Make A Living Out Of Lovin' You, até não é má, segue um andamente de blues/pop e consegue buscar a atenção ao ouvinte. Pode-se dizer que é um álbum sólido e consistente, moderno e digno de dogmatizar como um dos clássicos da discoteca da banda. adquiri este álbum á sete anos e tenho um carinho especial por ser o primeiro álbum que ouvi e ainda hoje não ganhou nem uma ruga.


1. It's My Life 2. Say It Isn't So 3. Thank You for Loving Me 4. Two Story Town 5. Next 100 Years 6. Just Older 7. Mystery Train 8. Save the World 9. Captain Crash and the Beauty Queen from Mars 10. She's a Mystery 11. I Got the Girl 12. One Wild Night

Led Zeppelin- IV


Talvez o melhor álbum da banda devido á sua versatilidade, diversificação e maturidade em que a banda se encontra. Lidamos então com uma banda que estava no apogeu da sua arte. Os três álbuns anteriores falam por si. O titulo do álbum é confuso, chamam-no de Led Zep IV, Quatro Símbolos ou Zoso, devido ás “runas” simbólicas adoptadas a cada membro. Seja como for, este álbum (já uma relíquia) é vital para coleccionadores do bom rock estilo seventies em que se vivia plenamente em grande forma. Black Dog é genuinamente hard rock/blues em estado de força. Refrães cadenciados e riffs poderosos. O álbum ainda não vai abrandar com a segunda faixa, Rock And Roll. Boggie furioso e terrivelmente excitante fá-lo acordar sem a menor hesitação. Um fiveties rock á maneira do seventies rock, percebeu? Jimmy Page é sem duvida um dos Deuses da guitarra eléctrica mas também sabe homenagear os seus ídolos folk. The Battle For Evermore, um tema de raiz Tolkien, é um folk/blues bem escolhido com a participação especial de Sandy Denny, a diva do folk inglês da banda Fairport Convention. O duo Plant/Denny é simplesmente soberbo! A seguinte faixa é um mito que já foi desvendado imensas vezes mas que não deixa de surpreender pela sua habilidade musical, falo de Stairway To Heaven. De oito minutos, a atmosfera e o tempo vai evoluindo da delicadeza acústica á fúria eléctrica (antes de Bohemian Rhapsody), tudo ilustrado na perfeição meus caros. Misty Mountain Hop é um pop/rock delicioso, cheio de refrães saborosos com um John Bonham bastante preciso. Four Sticks é um boggie quase obsessivo, parece tentar imitar o glam rock dos T-Rex, mas entra em território funk o que faz distanciar do glam. Going To California outro folk mais “hippie” continua com Sandy Denny, a faixa não é igual a The Battle For Evermore, muito pelo contrário, tem um cheiro a sixties. Um unplugged mesmo antes de existir. When The Levee Breaks, obscuro mas pesado e orientado para um som oriental (inventa-se aqui o rock oriental?!), uma futura orientação musical em canções como Kashmir. IV é um álbum simplesmente perfeito, uma obra-prima para apreciar e reouvir até ao fim das nossas vidas. Um “must” dos seventies que ainda não perdeu nem uma ruga e por incrível que pareça continua nas mãos da geração actual, ou seja é eterno. Dominou as tabelas do reino unido e entrou para o segundo lugar da tabela americana, apesar de lançar só um single (Black Dog) é o segundo álbum mais vendido da década 70. Decerto que não se arrependerá em ouvir esta obra prima.

Xutos & Pontapés-78-82



Os Xutos & Pontapés são e serão sempre a maior banda de rock and roll portuguesa, o mérito é merecido depois de uma longa luta pela fama e reconhecimento. Começaram por se chamar “Delirium Tremens” e “Beijinhos & Parabéns”. O primeiro ensaio a sério foi no dia 22 de Dezembro de 78 mas a estreia ao vivo ocorreu no dia 13 de Janeiro de 1979, já com o nome (e longo) Xutos & Pontapés Rock ‘N Roll Band aquando da comemoração dos “25 anos do Rock and Roll” na sala dos Alunos de Apolo. Tiveram direito a seis minutos para tocar quatro músicas. Foi também o concerto de despedida dos Faíscas. Zé Leonel, primeiro vocalista dos Xutos, sai da banda devido ao consumo excessivo de estupefacientes. Agora a banda torna-se num trio com Tim (voz, baixo), Francis (guitarra), Zé Pedro(guitarra) e Kalú (bateria). É através de António Sérgio e da editora Rotação que gravam os dois primeiros singles e em Abril de 1982 entraram em estúdio para registar o álbum colectânea 78-82, uma colecção de canções da banda nos primeiros quatro anos. Apesar de ser uma colecção de canções é considerado o primeiro álbum da banda e contém a maioria das composições de Tim, excepto Sémen e Quero Mais que são de Zé Leonel. Inicialmente eram rotulados como uma banda punk mas aos poucos foi desenvolvendo o seu estilo e tornaram-se numa das bandas mais aclamadas no circuito underground. Avé Maria//Mãe//Sémen são proibidos na Rádio Renascença e é pedido na Rádio Comercial para não ser passado o tema Mãe. 78-82 é uma colecção de grandes canções que despertará o seu gosto pela banda num instante. É acomodado por grandes temas como o funk/rock “Sémen”, refrães pesados em “Leo” onde a bateria de Kalu perfura com toda a sua força ou naquela que é a minha favorita, Toca & Foge. Ainda há temas pop/punk no provocador “Mãe” ou “Quero Mais” ou temas hard rock festivo como “Falhas” ou “Morte Lenta” com um intro do baixo bem avassalador. São catorze temas em grande estilo e estou certo que quem agarrar neste álbum não ouvirá nem uma ou duas mas sim até ao fim da sua vida. É o mais pesado da banda e traz saudades de uma época que cada vez vai mais longe com o passar dos anos. Esqueça a treta dos D’ZRT ou Four Taste e oiça o verdadeiro espirito que uma banda representa nos tempos actuais e vindouros.






The Doors. Morrison Hotel


Roadhouse Blues- o que era para ser o b-side de You Makr Me Real ficou decidido que iria ser o primeiro single retirado do álbum e ainda bem. Um blues/rock eficaz e “cool” tornou-se imediatamente numa das canções mais meditativas ao vivo.

Waiting For The Sun- previsto para entrar para o álbum com o mesmo nome foi esquecido durante dois anos. Waiting For The Sun é a prova de que a banda é mais do que uma simples banda dentro do género e que deambula entre a genialidade e temas inimitáveis como este.

You Make Me Real- boogie pesado e eficaz com um som notoriamente blues, nada de mais, é só uma óptima faixa.

Peace Frog- uma das minhas favoritas faixas, segue um ritmo inicial semelhante a Smell Like Teen Spirit (mais de 20 depois!), é uma daquelas faixas que dificilmente vai esquecer. E a voz de Jim Morrison, nem se fala. “There's blood in the streets, it's up to my ankles/There's blood on the streets, it's up to my knee…” são umas linhas de poesa de Jim Morrison, se o ouvinte tomar atenção também há linhas de Ghost Song (An American Prayer) e "Blood in the streets in the town of New Haven" é uma referência aos problemas que teve com as autoridades em New Haven (Connecticut).

Blue Sunday- uma balada pop em que Jim Morrison soa como um Frank Sinatra, Ray Manzarek está inspirado num momento suave ao piano.

Ship Of Fools- esta faixa pode ser considerada retro por trazer momentos rock ‘n roll á fiveties. Um dos melhores momentos com um ritmo alucinante. Podia ser single mas não foi. O titulo é uma referência ao filme com o mesmo nome inspirado no romance de Katherine Anne Potter. Land Ho- um som único que não vai encontrar em mais lado nenhum. Funk/psicadélico com uma batida estranhamente dançante. A letra é deveras interessante e nostálgica.

The Spy- a canção nasceu através numas linhas que Jim tinha escrito para um livro de poesias mas acabou por ser incluída no álbum. O ritmo é calmo e quase jazz, uma balada fresca e romântica sistematizada pelo lado pop. A melhor balada do álbum.

Queen Of The Highway- jazz/rock esta canção é uma maravilha e á rumores de ser uma dedicatória a Pamela Courson. Seja como for Jim Morrison só pode estar possuído para cantar dessa maneira.

Indian Summer- quem não se lembra do lado mais psicadélico nas baladas no primeiro álbum? A banda faz algo um pouco similar a End Of The Night do primeiro álbum, seja como for é uma grande canção com uma instrumentalização elaboradamente única. Trá-lo de volta aos sixties e aos velhos tempos e pode ter a certeza que vai surpreende-lo.

Maggie Mcgill- a ultima pode ser considerada uma das melhores canções deste álbum. Boogie, hard rock meio funkeado e lento conduz um Jim Morrison cancioneiro de blues, uma voz rouca mas inspirada o que o coloca acima da miríade doutros rockers nesse ano é pela autenticidade. Robby Krieger pode não admitir mas esse é o seu melhor momento.


Saiba-se que a foto da capa do álbum foi tirada no evidente Morrison Hotel em Los Angels contra a vontade do dono. Adiante, Morrison Hotel é um álbum com nota acima da média e incrivelmente diversificado onde nenhuma faixa parece ser igual a nenhuma. É um álbum de tamanha complexidade mas ao mesmo tempo simples com o desejo de voltarem ás suas raizes. Depois das péssimas criticas e do som excessivamente produzido (orquestras, introduções longas e letras existencialistas) no álbum Soft Parade a banda começou uma nova era que infelizmente iria durara pouco. Morrison Hotel pode ser considerado o pai de LA Woman pela proximidade do som. Obstante, os The Doors são uma banda que realmente vale a pena ouvir devido ao perfeccionismo e diverseficação em cada álbum sem nunca se deixarem repetir ou entrar na monotonia. Uma das melhores bandas do mundo sem duvida.Foi o ultimo a contar com a produção de Paul Rothchild.

Cozy Powell- o mestre das baquetas


Colin Flooks, ou conhecido pelos seus colegas como Cozy Powell, nasceu em 1947 no dia 29 de Dezembro em Inglaterra e é considerado um dos grandes monstros na bateria. A sua alcunha “Cozy” é um tributo ao baterista de jazz Cozy Cole. A sua primeira banda, já na bateria, foi numa banda pop The Sorcerers. No circuito de Birmingham conheceu grandes senhores do rock então ainda desconhecidos como Tony Iommi (Black Sabbath), Robert Plant e John Bonham (Led Zeppelin), Noddy Holder (Slade) o que lhe valeu algum mérito. A sua banda The Sorcerers mudara de nome para Youngblood e lançaram alguns singles mas sem o sucesso que tanto desejavam. Depois da banda estar desfeita Cozy Powell torna-se num musico de estudio onde trabalhou com a estrela de Soul Tony Joe White mas o seu prestigio definitivo iria ser com a banda The Jeff Beck Group, de Jeff Beck (da banda Yardbirds donde sairam grandes mestres da guitarra Eric Clapton e Jimmy Page). Apesar de a banda ter lançado os dois excelentes álbuns de rock/blues na voz do então novato Rod Stewart o guitarrista decidira reformular a banda e lançaram Rough And Ready que decidiram explorar mais o lado jazz, soul e r&b (eu pessoalmente acho um bom álbum). O novo grupo de Jeff Beck não durou nem um ano e lança-se em algumas bandas sem futuro e decide mais uma vez ser apenas musico de estúdio. Grava então com artistas de renome como Donovan, Julie Felix, Hot Chocolate ou Suzi Quatro. Para grande surpresa Cozy conseguiu um sucesso com o single instrumental Dance With The Evil em 1973 que chegou a estar na terceira posição na tabela inglesa! Com esse sucesso Cozy decidiu criar a banda Cozy Powell’s Hammer em 1974. em 1976 junta-se á banda Rainbow liderado pelo egocêntrico mas génio Ritchie Blackmore (mais um guitar hero) que tinha acabado de sair dos Deep Purple. Provavelmente Cozy é mais lembrado nesta fase. A banda é um sucesso principalmente com os álbuns Rising (rock com musica renascentista!) Long Live Rock In Roll e Down To Earth (adequado á rádio com o som pop/rock). Os restantes membros dos Led Zeppelin pensaram mesmo em substituir John Bonham e a primeira escolha foi Cozy Powel mas como é evidente isso acabou por não se concretizar. Chegou a aparecer num programa juvenil da BBC chamado Record Breakers. Um dos maiores espectáculos de rock, Monsters Of Rock em Castle Donington Powell juntamente com o vocalista Graham Bonnet deixaram os Rainbow para depois montarem uma nova banda, a Graham Bonnet & The Hooligans onde lançaram o álbum Night Games. Escusado será dizer que não foram um sucesso. Cozy Powell chegou a participara ainda em bandas como The Michael Schenker Group (81-82), Whitesnake (82-84), Emerson, Lake & Powell (89), Gary Moore (89) e ainda nos Black Sabbath onde conseguiram um excelente resultado. Cozy Powell’s Hammer renasceram para uma pequena digressão. Neil Murray (também dos Cozy Powell’s Hammer) e Cozy Powell entraram na banda de suporte de Brian May e gravaram três álbuns onde conseguiram algum sucesso com Too Much Love Will Kill You e Driven By You. O inevitável aconteceu quando Cozy tentava chegar ao estúdio onde ia gravar com Peter Green (Fleetwood Mac) e perdeu controle sobre o carro onde despistou-se acontecendo assim uma grave colisão que levara-o á morte imediata. Morreu em Abril no dia 5 de 1998. Cozy Powell é um dos bateristas mais influentes e deixou muitas saudades. Teve a proeza de participar em 66 álbuns ao todo.

Nirvarna- Nevermind


Nevermind foi um golpe de sorte quando foi lançado. É inegável dizer que o Nevermind foi um dos álbuns mais influentes na década 90 e que abriu as portas ao grunge. O nome Nirvana foi explorada ridiculamente pelos meios de comunicação, pela juventude e foram expostas a uma fama interminável, a mesma que queriam evitar. Mas não vou falar da vida privada da banda nem no suicídio de Kurt Cobain, isso são factos para quem gosta de ler fait-diver ou mexericos. Estou aqui para falar do que realmente importa: de musica e o resto é cada um por si. Como se sabe o Hard Rock (o meu estilo de eleição) já estava saturado, nada mudava, os Bon Jovi tinham estragado a ética do Heavy Metal e começava a parecer mais modelos a cantarolar e a tocarem do que propriamente os verdadeiros defensores do Metal. Mas nem tudo estava perdido. Apareciam os Guns N´Roses, com letras que falavam não sobre amor e essa treta toda mas sim histórias da primeira pessoa e da própria realidade como nós realmente devemos ver. Era uma vida de Rock In Roll. Mas como eu disse o Hard Rock já estava saturado e repetitivo. Não havia como inovar. Os Nirvana eram quatro e passaram a três. Apesarem de todos eles terem gostos muito diversificados tocavam aquele som típico do underground. Era mais uma daquelas bandas de Seatlle do post- punk. Em 1989 lançaram o Bleach provavelmente o álbum mais punk que já fizeram e tiveram um sucesso relativo produzido por Jack Endino, um amigo da banda, por apenas 600 dólares. Ainda lançam um single, o ‘Silver’ (uma das minhas canções favoritas da banda) que só se encontraria dois anos depois no Incesticide, uma compilação de singles e covers altamente recomendável. Enquanto a banda divulgava os seus trabalhos a troca de bateristas era constante. O próximo produtor seria Butch Vig que tinha produzido Smashing Pumpkins e Sonic Youth e nos dias de hoje é baterista dos Garbage. Finalmente em Outubro de 1990 Dave Grohl, baterista de uma banda hardcore chamada Scream, entra para a banda. Dave Grohl é conhecido por incontáveis projectos e deu entrada a inúmeras bandas antes de entrar para os Nirvana. Antes da entrada do baterista a banda ainda lançou um EP, o ‘Blew’ que continha o grande hino da juventude 90, ‘Smells Like Teen Spirit’ numa versão completamente diferente daquela que se tornaria num grande sucesso. Após assinarem um contracto com a DGC (da Geffen Records) a banda entra em estúdio em 1991 para gravar o seu segundo álbum, o Nevermind com Butch Vig. É lançado no mesmo ano no dia 24 de Setembro. Tudo o que tenho a dizer sobre este álbum mítico simplesmente defino como o mais acessível, grandes melodias que se destacam muito, principalmente que Cobain descobriu que podia escrever grandes baladas como em ‘Polly’, o som bastante limpo apesarem de ainda manterem-se fiéis ao seu estilo e de nunca caírem para a repetição. belas letras, todas elas por Kurt Cobain e pela agressividade em algumas faixas, mas também temos pop em ‘Come As You Are’ e o quase psicadélico em ‘Drain You’ e o punk progressivo ?! em ‘Something in the Way’. É claro que temos como abertura o ‘Smells Like Teen Spirit’ com grandes riss, o riff de abertura faz-me lembrar o Southern Rock mas é uma composição/musica muito bem apanhada que pode agradar aos nossos ouvidos logo á primeira (isso depende da pessoa), ou seja um hino do grunge que ainda hoje passa nos canais de televisão onde tenha musica. ‘In Bloom’ é daquelas que juntamente com ‘Come As You Are’ agrada ás rádios mais acessíveis. ‘Lithium’ também merece destaque, uma canção triste com uma melodia simplesmente maravilhosa. Tudo neste álbum são pérolas atrás de pérolas. Estava previsto para ser vendido 100 mil cópias acabou por vender mais de 10 milhões de cópias, um acto que surpreendeu a própria editora como a industria fonográfica. Ainda hoje, passado mais de uma década continua a vender como pão e não é para menos. Foi eleito pelas revistas especializadas e pela imprensa como um dos melhores do ano 1991. A tão famosa capa também merece destaque. Filho de um casal amigo da banda, tornou-se memorável por uma criança de quatro meses a nadar debaixo da água atrás de uma nota de 1 dólar presa a um anzol. Em 2001 Spencer Elden (agora com 10 anos), convidado pela Rolling Stone, cometeu a mesma proeza mas desta vez estava atrás de uma nota de 10 dólares e tinha dez anos. O mais irónico é que aquele puto nem gosta de Nirvana. Mas seja como for se você é um coleccionador ávido de clássicos do mundo do rock in roll não insiste em ter mais um grande clássico juntamente com outros que tornaram memoráveis e que ao longo do tempo ainda não ganhou uma ruga. É a isso que se chama um clássico.

Metallica- Ride the Lightning


O segundo álbum dos Metallica é considerado juntamente com o primeiro e o terceiro os melhores da era de ouro da banda. lançado em Novembro de 1984, pelo selo Elektra Records, vendeu mais de 5 milhões de cópias, nada mau para uma banda de trash metal. Enquanto que Kill ‘Em All apresentava uma sonoridade mais primitiva, muitas influencias speed metal absorvido dos Motorhead, Ride The Lightning é mais elaborado, com letras progressivas mas ainda continua com o mesmo peso. O álbum abre com Fight Fire With Fire, com uma introdução soberba de guitarras acústicas (3!) para rapidamente entrar em território pesado. A letra fala sobre a era nuclear e o mundo apocalíptico (referências á guerra fria). Aqui não há más musicas. A seguinte é a faixa titulo, uma das composições da época inicial da banda ainda com Dave Mustaine e Ron Mcgoveny. Claro que a versão do álbum é diferente, mas a original pode-se encontrar no Horsemen Of The Apocalypse. For Whom The Bell Tolls é um clássico obrigatório nos palcos. Ouve-se a introdução dos sinos que dá ainda mais vida á canção e o esmagador baixo de Cliff Burton, com efeitos distorcidos e pedal Wah-Wah. É uma das faixas mais elaboradas da banda e a letra é baseada na obra de Ernest Hemingway onde fala sobre a guerra civil de Espanha. Fade To Black, tanto como épica como baladeira como pesada mas com uma letra triste e comovente e de certeza absoluta que é considerada uma das melhores canções da banda. Kirk Hammet está em plena forma, o seu estilo único com influencias do rock/metal europeu nos seus solos espectaculares. Muitos julgam que a letra fala sobre suicídio mas muito pelo contrário: foi escrita por James demostrando a sua tristeza quando o equipamento da banda foi roubado durante a digressão norte-americana. Trapped Under Ice , de letras obscuras e um som altamente pesado e speed como no primeiro álbum tem ainda um intro de Kir Hammett que já estava a trabalhar nele desde os tempos de Exodus. Escape não desaponta com o seu som pesado e caracteristico do Trash Metal. A letra fala sobre um prisioneiro que tenta escapar numa prisão. O refrão está simplesmente fenomenal. Uma curiosidade: no final pode-se ouvir as sirenes. Lars Ulrich está cheio de energia do principio até ao fim sem falhar nem uma nota. Creeping Death fala sobre as dez pragas que Deus enviou para o Egipto, um clássico de 6 minutos e uma das maiores referencias ao vivo, e bem ao estilo de trash metal, pesadona e crua. No terceiro refrão consegue-se ouvir Cliff Burton na voz. The Call Of Ktulu é a prova de que os Metallica conseguem ir muito além do que heavy metal. Inspirada na história de H. P. Lovecraft, um instrumental épico com arranjos sumptuosos e estruturados. Cliff Burton faz um solo de baixo excepcional. Mais tarde foi “rearranjado” por Michael Kamen para o projecto S&M e ganhou ainda um grammy para best rock instrumental performance. Ride The Lightning é um álbum que vale a pena ouvir, influenciou inumeras bandas, é daquelas obras primas que traz muitas saudades, nada mais. Esta resenha é dedicada a Cliff Burton, um génio.


1. Fight Fire with Fire 2. Ride the Lightning 3. For Whom the Bell Tolls 4. Fade to Black 5. Trapped Under Ice 6. Escape 7. Creeping Death 8. The Call of Ktulu

Produced By Metallica


James Hetfield - Rhythm guitar, Vocals Lars Ulrich - Drums Kirk Hammett - Lead guitar Cliff Burton - Bass guitar

UHF- À Flor Da Pele


Alguns meses após a edição do single "Cavalos de Corrida", os UHF entraram em estúdio para gravarem um dos discos mais marcantes do "boom do rock português". A banda convidou o locutor de rádio Luís Filipe Barros para produzir. O álbum abre com outro clássico da banda, Rua Do Carmo, pop/rpck que encaixa na perfeição. Rapaz Caleidoscópio é um tema surpreendente com um ritmo “funk” e pesado, António Manuel Ribeiro parece um Jim Morrison na sua sublime interpretação. Este é o melhor momento de Zé Carvalho na bateria. Nove E Trinta é um boogie rápido e eficaz, um espirito portuguesa roqueiro. (Anjo) Feiticeiro é uma balada pesada com um som “ás delicias” e um baixo (de Carlos Peres) evocado. Modelo Fotográfico, tema pop/rock com um intro inflamável do baixo e um rock and roll maravilhosamente cantado. Rola Roleta um tema também rock and roll mas sofre influencias da banda inglesa The Jam. Também pode-se chamar rock festivo. O tema provocante Geraldine, dona de uma instrumentalização pseudo progressiva, é um dos melhores deste clássico. O álbum fecha com a balada/rock com influencias blues Ébrios (pela vida). Um tema épico transversal que entra num circulo sem fim. A letra fantasmagórica e genial que realça neste tema é a minha favorita. Escrito pelo frontman da banda, Fernado Ribeiro, retracta nas linhas poéticas um solitário num bar, um boémio sem vida. Este álbum, tal como Ar De Rock (Rui Veloso) e Cerco (Xutos & Pontapés) é um dos marcos importantes do rock nacional que já deixa saudades. Á Flor Da Pele juntamente com 69 Stereo é considerado um dos melhores da banda (na minha opinião). Foi gravado nos Estúdios Valenti De Carvalho em Paço De Arcos entre os dias 16 de Março e 6 de Maio de 1981 sendo lançado no mesmo ano.


01-Rua do Carmo 02-Rapaz caleidoscópio 03-Nove e trinta 04-(Anjo) Feiticeiro 05-Modelo fotográfico 06-Rola roleta 07-Geraldine 08-Ébrios (pela vida)


War (U2)


Confesso que não sou grande fã dos U2, mas tenho uma certa e inexplicável admiração pelo álbum War. Sim, é aquele que segue a linha tradicional de meter um puto na capa tal como os anteriores. Sinceramente os últimos trabalhos da banda são despersonalizados e sem interesse que outrora captavam nos anos 80. Apesar de já terem lançado o excelente Boy (October não conta porque é uma tremenda porcaria) e um EP (agora raro) é com War que a banda ganha fama internacionalmente graças ás letras que abordam temas políticos e ao sucesso do single Sunday Bloody Sunday (hino nos espectáculos), seja como for vamos lá a isso. Um dos passos do grupo em direcção à política aconteceu em Londres. Bono encontrou Garret Fitzgerald, então candidato ao cargo de primeiro ministro pelo Fini Gael (partido de centro-direita), num vôo para Dublin e apresentou-se ao candidato. Garret não conhecia Bono, mas já sabia da fama que os U2 possuía no seu país. Os dois começaram uma amizade frutífera e foram fotografados juntos no desembarque. As fotos saíram nas primeiras páginas de vários jornais. Para solidificar ainda mais essa amizade, Garret compareceu aos estúdios Widmill Lane com a sua esposa Joan, durante o período em que o grupo gravava o disco. Mais fotos foram tiradas do encontro, aumentando a popularidade do candidato entre os jovens irlandeses. Os U2 acabaram por um belo golpe de marketing para a vitória de Garret, e Bono Vox começou por ser um chato da primeira. Sem questionar, War foi o primeiro álbum 100% politico. Adiante, o álbum abre com o hino Sunday Bloody Sunday, que aborda um assunto que os Irlandeses dificilmente esquecerão: o massacre de1972, na cidade de Derry, quando treze pessoas foram mortas. Não era intenção da banda lançar a faixa como single a verdade é que a editora acabou por lançá-la na mesma. Seconds é possivelmente sobre o Ataque Nuclear (a banda nunca esclareceu) ou sobre o exorcismo da vinda de uma terceira guerra mundial e pela primeira vez tem The Edge na voz. A seguinte é mais um clássico da lista da banda e a minha favorita: New Year’s Day. A letra foi inspirada no Karol Wojtila (João Paulo II), imagine-se um papa não italiano pela primeira vez após 500 anos e ainda por cima no tempo em que se vivia o ambiente de Cortina De Ferro na Europa. O som da faixa é por sinal pop/rock adequado ás rádios mas a letra era muito fora do comum, não eram canções romanticas e chatas como de costume mas sim um lado mais realístico. Like A Song....é um experimentalismo entre o punk e o new wave presente em October. O resultado é interessante. Drowning Man é uma balada poderosa com um pouco de blues á mistura de pop e com direito a solo de teclas. Bbono tenta cantar em momentos de falsetos mas até nem se sai mal. Boa ideia do uso dos ecos para dar mais vida á faixa. The Refugee é uma das melhores do álbum. A banda experimenta novas tendências com ritmos tribais (talvez tenha influenciado os Sepultura) e fala sobre os refugiados que tentem escapar para terem uma vida melhor. Two Hearts Beat As One é sobre as tendências da moda que levam a uma perda de identidade (como a treta do hip hop nos dias de hoje). A musica segue um baixo arrebatador de Adam Clayton e um ritmo pop/rock contagiante, curiosamente foi muito pouco tocada durante a digressão o que é pena devido ao seu ritmo. Foi o segundo sucesso do álbum. Red Light e Surrender são duas faixas impressionantes com a participação do trompetista Kenny Fradley e também leva mais uma participação especial do trio Kid Creole And The Coconuts. Surrender abordava as angústias das pessoas perante a vida moderna. Red Light tem um curioso ritmo funk enquanto Surrender parece quase psicadélico e um pouco de influências de David Bowie. Finalmente o disco fecha com “40”, inspirada nos Salmos do mesmo numero da Bíblia. A canção manifesta um ambiente intenso e dramático, ou seja uma das melhores baldas que a banda já fez e que nunca mais conseguirá fazer outra igual a essa. Lançado em 1983, foi mundialmente aclamado pela critica e foi directamente para o 1º lugar na Inglaterra enquanto esteve na 12ª posição nos EUA. É sem duvida um dos melhores trabalhos da banda e um dos meus favoritos álbuns dos anos 80. The Edge mostra um lado experimental em outros projectos ainda antes do EP Under A Blood Red Sky.


1. Sunday Bloody Sunday 2. Seconds 3. New Year's Day 4. Like a Song 5. Drowning Man 6. The Refugee 7. Two Hearts Beat as One 8. Red Light 9. Surrender 10. 40


Produzido por Steve Lillywhite//dur: 43 mins.

Scary Monsters (and Super Creeps)


Uma das grandes façanhas deste génio foi ter atravessado quase todos os géneros musicais desde o tecno até ao folk mas ficou famoso pelo álbum conceptual (e o meu favorito) Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, testemunha do glam rock setecentista que fez imenso sucesso no Reino Unido. Mas a reviravolta para a entrada dos anos 80 seria intensa com o processo do divórcio e com o espaço que David dividia entre Nova Iorque, Londres e Suiça o que fez inspirar para depois emergir no conceito do novo álbum. Em fevereiro David começou a produção do álbum, juntamente com Tony Visconti, convidando artistas de renome como Pete Townshend e Robert Fripp. Enquanto gravava o novo disco, David Bowie recebeu um convite para interpretar John Merrick, inspirado do filme O Homem Elefante. O clássico dirigido por David Lynch seria levada aos palcos por Jack Hofsiss. David Bowie acabara de estrear no teatro e tratou de estudar meticulosamente o personagem o que fez empenhar na perfeição a sua personagem. Curiosamente enquanto David Bowie produzia o álbum, novas bandas emergiam com claras influencias do seu mestre. Depois de terminado as gravações, em Maio, David começou a trabalhar no seu video clip Ashes To Ashes (deveras impressionante) e produzido por David Mallet. David encarna dois personagens: Major Tom e Pierrot. A canção é um relato da sua ligação com as drogas, a dor e as suas frustrações. Mas David Bowie já não era o mesmo que expunha a imagem de paranóico e criava as personagens ao seu redor (a mais famosa Ziggy Stardust), agora estava mais relaxado e simples, mais convencional do que nunca. A sua peça, The Elephant Man foi um sucesso imediato tanto pelas criticas como pelo público. It’s No Game, a faixa inicial, tem a participação de Michi Hirota (futura mulher) na voz em dialecto japonês, relata o cinismo e violência. Fashion é um comentário sarcástico sobre os seguidores de moda (como a juventude de hoje com o hip- hop). A melodia pode soar estranha mas é ao mesmo tempo saborosa, uma mistura de funk/reggae com um uso da onomatopoeia para dar mais vida á canção. Um clássico absoluto! Teenage Wildlife é inspirada do seu filho, uma das melhores composições do álbum, uma semi/balada de cortar a respiração. Tom Verlaine (Telivision) participa na composição em Kingdom Come. David Bowie levou ainda dois prémios para casa: da Record Mirror pelo melhor video clip e bem merecido (Ashes To Ashes) e segundo melhor álbum e single e terceira melhor capa. Nada Mau! Scary Monsters é um álbum fresco, com vigor a new wave/rock in roll, sincero e um regresso á inspiração o que virá de seguida com o mega sucesso Lets Dance. O mundo estava á espera do novo David Bowie.


"It's No Game (No. 1)" – 4:15 "Up the Hill Backwards" – 3:13 "Scary Monsters (and Super Creeps)" – 5:10 "Ashes to Ashes" – 4:23 "Fashion" – 4:46 "Teenage Wildlife" – 6:51 "Scream Like a Baby" – 3:35 "Kingdom Come" – 3:42 "Because You're Young" – 4:51 "It's No Game (No. 2)" – 4:22


Produced By David Bowie/Tony Visconti/ Released in 1980

Tom Petty & the Heartbreakers- Tom Petty & the Heart


Durante seis meses Tom Petty estudou e desenvolveu o seu próprio estilo de tocar e compor com a ajuda de Leon Russel (musico de estúdio), nessa mesma época era ainda vocalista da banda Mudcrutch. Apesar de obter fama na sua terra natal mas Tom sentia que não era o suficiente. Muda de banda e muda de nome. A banda que vai acompanhar Tom por mais de 30 anos são os Heartbreakers e dispunha de um guitarrista/compositor muito talentoso: Mike Campbell. Gravaram o primeiro álbum pela editora Shelter e o ambiente era de absoluta inspiração. Tom Petty & The Heartbreakers não foi um sucesso no momento para o outro nos EUA mas consegui arrancar para o cimo da tabela graças ao single Anything That’s Rock & Roll que estava a fazer sucesso no Reino Unido. Apesar de aparecimentos em programas televisivos e concertos com lotação máxima quando chegaram á terra natal ainda nada havia mudado e muitos poucos americanos conheciam a banda mas isso mudou graças ao single Breakdown que chegou ao top 40. De repente tudo mudou. Mídia, mais publico e programas tudo voltado para esta nova banda. O álbum pode ser encaixado na perfeição como um dos melhores álbuns da década 70, tudo é perfeito e não há faixas que merecem serem desprezadas. Temos o tema de abertura Rockin’ Around (With You), um rock and roll devastador com bateria furiosa e refrães bem organizados. Pop melódico em Mystery Man com direito a solos incontornáveis de slide guitar. Luna é uma das melhores baladas interpretadas por Tom Petty. A roqueira Fooled Again (I Don’t Like), It), a blues Hometown Blues e a pop/rock ajustada em Strangered In The Night aqui são exemplos de como se fazem temas em primeira classe. American Girl, um grande êxito, é sem duvida a melhor do álbum (senão a mais plagiada), um daqueles singles que ficará para sempre nas nossas memórias. Tom Petty & The Heartbreakers surgiram como anacronismo, reacendendo a chama de ídolos sixties como os The byrds (a voz de Tom Petty faz lembrar a de Roger McGuinn) ou Bob Dylan (acabarão por ficar amigos) e produzirão uma musica fresca e ao mesmo tempo nova, que definirá o estilo único da banda tocar o pop/rock irresistível mas sem cair no cliché da Rock FM. É um álbum clássico e intemporal que decertamente você ficará viciado para sempre.


1- Rockin' Around (With You)

2- Breakdown

3- Hometown Blues

4- The Wild One, Forever

5- Anything That's Rock 'N' Roll

6- Strangered in the Night

7- Fooled Again (I Don't Like It)

8- Mystery Man

9- Luna 10- American Girl

Produzido por: Denny Cordell //Lançado em 1976, atingiu a 55ª posição nos EUA e a 30ª posição no Reino Unido.

Robert Johnson



A carreira de Robert Johnson foi curta mas influenciou gerações vindouras, por incrível que pareça Robert só deixou 42 canções (em apenas duas secções de estúdio). Foi o responsável pela definição e aparecimento do som blues modernos e também do rock and roll. Pode-se dizer que o seu estilo único de executar riffs detalhados e determinados, o uso das cordas e o ritmo iria influenciar de tal maneira que a musica não seria a mesma depois. Robert Johnson nasceu em Hazlehurst, Mississippi entre 1909 e 1912 (a data de nascimento ainda hoje é um mistério) e morreu em Agosto no dia 16 de 1938. é uma referência importante para o padrão consagrado do blues de 12 compassos. Trabalhou no campo até os 16 anos, quando resolveu seguir carreira artística tocando gaita e violão. Nunca parou de viajar, tocando em todos os lugares que pudesse, principalmente na rua. Na sua carreira curta (36-3 nunca teve o reconhecimento comercial que merecia, tocou em lugares pobres e prostíbulos, porém, era muito respeitado pelos seus colegas devido ao seu estilo único, até há uma lenda em que Robert fez um pacto com Diabo em troca do seu prodígio de tocar guitarra. Para abreviar ainda mais essa lenda o musico gravou a faixa Me And The Devil Blues o que envolveu ainda mais confusões. Robert Johnson morreu aos 27 anos, quanto á causa da sua morte tem duas teorias: após sentir-se mal num espectáculo passou em estado de coma durante três dias. Outra teoria é talvez a mais provável: foi envenenado por um marido ciumento ou por uma amante, embora que nunca tenha sido provado foi a lenda que mais se difundiu. Apesar de ser casado pela segunda vez ( a primeira faleceu de parto) Robert nunca abandonou a sua vida boémia. Robert Johnson influenciou diversos artistas: Led Zeppelin, Cream, Eric Clapton, The Rolling Stones, Yardbirds, The Who, Muddy Waters, Jimi Hendrix, Elmore James, Howlin’ Wolf, Blues Brothers, Red Hot Chili Peppers, White Stripes e muito outros. No inicio da década 90 todas as suas obras foram remastirizadas e lançada em grande repercussão mundial e foi finalmente reconhecido mundialmente e o seu espirito continua presente na musica contemporânea.

Cliff Burton (62-86) Sei que muitos nem se darão ao trabalho de lerem por pensarem “é só um baixista sem importância” mas o que aqui acontece é precisamente ao contrário. Cliff Burton foi um génio que viu os seus dias de glória durarem pouco tempo mas deixou um legado que se alonga por vários estilos. Cliff Burton nasceu a 10 de Fevereiro de 1962, em Castro Valley (California), filho de Hippies, era uma pessoa extremamente ecléctica, capaz de ouvir diversos estilos indo desde os Motorhead até aos R.EM ou até mesmo á musica clássica de Bash ou Beethoven. O seu caminho até aos Metallica não foi fácil. Em 1982 substituiu Ron Mcgovney (que não gostou do peso acrescentado á banda) e provou aos Metallica, (apesar do seu visual um pouco incomum para aquele estilo, muito á 70’s), era capaz de melhor que o seu antecessor, tocando riffs cortantes, abanando a cabeça como um típico headbanger (foi ele mesmo quem começou o clássico abanão de cabeças) mas fora dos palcos ele era totalmente o oposto. Calmo, com um óptimo senso de humor e criativo. Cliff era o mais perfeccionista em estúdio, elaborando canções épicas e minuciosas como em “Orion” onde sintetiza um ambiente inovador. Era um grande fã de H. P. Lovecraft (escritor), o que o ajudou a expandir na sua escrita lírica para a musica. Ao contrário do que se pensa, Cliff era o que atraia mais atenções nos palcos e não o conhecido frontman nos dias de hoje. Sempre recusou o cliché “Rock Star”, sendo uma pessoa simples sem grandes extravagancias e um filósofo da vida. Uma vez, um pequeno menino veio à porta, logo cedo pela manhã e queria que Cliff assinasse a sua camiseta. Então Cliff caminhou até a porta - e disse "Claro, naturalmente eu irei assinar" é um bom exemplo para ter em ideia sobre a sua pessoa. No dia 27 de Setembro de 1986 aconteceu o terrível acidente que dificilmente poderia ser esquecido e ainda hoje continua a assombrar a banda. Fazia um frio desgraçado na Suécia, em plena digressão, a banda queria dormir num lugar quente, o lugar mais quente do autocarro para ser mais preciso, e tiveram que escolher á sorte até que calhou a Cliff. Só Cliff morreu no acidente, sendo cuspido de fora do autocarro e de seguida esmagado pelo mesmo autocarro que declinou-se. Tinha apenas 24 anos quando morreu. Ironicamente os três primeiros discos dos Metallica são os melhores, talvez em grande parte devido ao estilo único de Cliff, no baixo. Provavelmente o músico mais virtuoso e habilidoso que já passou pelo quarteto da Bay Area, a sua presença na banda e as suas linhas de baixo únicas permitiram a construção de harmonias, riffs de guitarra e melodias que dificilmente poderiam ser imaginadas sem ele. Essa é mais uma boa razão para dizer: Only The Good Die Young! Agora pergunto eu se nos dias de hoje os Metallica valem alguma coisa sem ele? Kill Them All (1983) Ride The Lighting (1984) Master Of Puppets (1986)


aqui está a prova da maior genialidade de Burton http://www.youtube.com/watch?v=7KpxOmksHrY

Aerosmith- Permanent Vacation


nono álbum de estúdio foi aquilo que estava previsto pela banda: um regresso ao sucesso. E que sucesso! A banda que então passava pelos fracassos dos últimos álbuns e pelo consumo excessivo de drogas decidiram entrar numa clinica de reabilitação e recomeçarem tudo de novo. Depois disso tudo e ainda do grande sucesso alcançado pelo single Walk This Way com a dupla RUM DMC/ Aerosmith, que abriu portas a uma nova geração de fãs, entram em estúdio e na cadeira fica o produtor Bruce Fairbaim. Uma nova era estava prestes a começar. Para Permanent Vacation a banda recrutou dois dos mais notáveis compositores de rock da época, Desmond Child e Jim Vallance, assegurado que triunfaria onde o trabalho precedente, Done With The Mirrors, havia falhado (um álbum menos comercial e mais hard rock). O álbum abre com a frenética Heart’s Done Time mas se pensa que é só hard rock está em, absoluto engano. A banda experimenta um clima muito blues á fiveties em Hangman Jury, com Steven Tyler na harmónica. St. John segue uma linha funk/blues rock com um baixo arrebatador de Tom Hamilton. Magic Touch é pop/rock de primeira qualidade com refrães irresistíveis. Ainda temos singles que encaixam na perfeição ás rádios em Dude (Looks Like A Lady) e Rag Doll que acompanhou excelentes vídeos e claro, foi um sucesso na MTV. É claro que ainda não podemos esquecer de baladas (para derreter corações) em Angel. Boogies poderosos em Permanent Vacation e Simoriah (essa é impressionante). I’m Down é uma cover acertada dos The Beatles. Girl Keeps Coming Apart é uma verdadeira sintonia de refrães e hard rock. a ultima é um impressionante registo instrumental, The Movie, como se tivesse a decorrer um filme (tal como indica o nome) alternando entre um suspense e drama. É saliente como todos as faixas encaixaram na perfeição, nenhuma merece ser desprezada. O álbum originou um trio de singles que alcançaram o top 20 nas tabelas americanas mas não vincou no RU, onde o mais cotado, Dude (Looks Like A Lady), ficou pelo numero 45. o êxito vai repetir-se com o álbum Pump donde extrairá dois singles de sucesso: Love in an Elevator e Janie’s Got A Gun. Sem duvida que a banda está em plena forma.

Deep Purple- In Rock (1970)

Os Deep Purple nos finais dos anos 60 tinham um som mais direccionado para o rock progressivo e lançaram dois álbuns com a formação Mark I (Rod Evans, vocalista e Nick Samper, baixista), mas não alcançaram o sucesso desejado, com a formação Mark II, a banda lança Concert For Group And Orchestra, um projecto pessoal de Jon Lord, o teclista da banda, apesar das boas criticas foi um flop comercial. É com o Deep Purple In Rock que a banda vai conhecer o sucesso merecido e uma nova dose de som mas também inovadora, onde misturam musica clássica (graças a Jon Lordi) com hard rock pesado, influências directas de Led Zeppelin e blues. Era um som fresco e directo, sem renitência É preciso saber que o ano de 1970, em Inglaterra foi o berço do aparecimento de inúmeras bandas hard rock, algumas atingiram o sucesso outras foram esquecidas, mas era raro haver uma que decepcionasse. O álbum abre com Speed King, com um intro perturbante (a estrutura faz lembrar um pouco a Death On Two Legs) do qual de repente atira a agulha para o vermelho em máxima velocidade. Riffs cortantes, voz histérica de Ian Gillian e batidas enlouquecidas, em soma é um bom e velho hard rock. Bloodsucker é impressionante pela voz de Gillian que tem a proeza de ultrapassar todos os limites. Um tema arrasador. O épico Child In Time é completamente diferente da proposta hard rock do álbum. Na minha opinião uma das melhores composições da banda. Uma balada progressiva de dez minutos com um vocal poderoso e complexo de Ian Gillian e um ambiente sinistro criado por Jon Lord nas teclas. Ian Paice, na bateria, cria um ambiente pseudo-jazz acompanhado por solos enlouquecidos de Ritchie Blackmore. Genial! Flight Of The Rat é outro exemplo de hard rock vociferador com pitadas de blues, um som no entanto abafado pelo baixo de Roger Glover. É admirável o solo de Jon Lord nas teclas e o solo “boogiano” de Ritchie Blackmore. O final é impressionante com um solo de Ian Paice na bateria. Ponham no máximo volume e digam se não vale a pena. Into The Fire, uma das minhas favoritas, com influências directas da banda Jimi Hendrix Experience, mas mais moderno claro, com um refrão incansável. Living Wreck blues/hard rock é a mais calma de todas, mas não assim tão calma. Ian Gillian canta como se estivesse a lamentar de algo. Ritchie Blackmore não fica no seu canto surpreendendo também com riffs blueseiros. Há também tons funks, embora que não demonstre assim tanto. Hard Lovin’ Man é a ultima e curiosamente tem um intro que faz lembrar a Keep Yourself Alive. A canção é mais da cara de Ritchie Blackmore que da banda. pesada e rápida sem intermédios. A edição em CD acrescenta-lhe o primeiro grande sucesso da banda, apenas em edição single , o mitico Black Night (chart position UK#2), além de seis bónus: quatro remix e os inéditos Cry Free e Jam Stew. Os músicos estão aqui em plena forma, sobretudo Ritchie Blackmore , numa guitarra explosiva, e Gillian numa interpretação paroxística. In Rock vai influenciar inúmeras bandas, sejam hard rock ou heavy metal , é uma nova era que se abre para o rock and roll, e dentro desse género, é difícil fazer melhor mas a banda consegui-o. Este foi um dos primeiros álbuns que ouvi, confesso que ainda não percebia patavina sobre o hard rock seventies e nem sobre a banda conhecia coisa nenhuma. Foi o puro instinto que me fez comprar o álbum, no fundo eu sabia que alguma coisa boa estava lá. Já estava farto de pop mainstream (era o auge da Britney Spears, portanto era normal) e queria o bom velho hard rock, e não me arrependi. Outra coisa que me atraiu no álbum foi a capa, que ainda hoje é a minha favorita dos anos 70 (juntamente com News Of The World). Isso já foi á sete anos e ainda não me cansei do álbum. É o que chama a ser intemporal.

Ian Gillan - voz

Ritchie Blackmore - guitarra eléctrica

Jon Lord - teclas

Roger Glover - baixo Ian Paice - bateria









A começar

Ok, é imprevisievl que eu comece com um blog sobre rock (nacional e internacional), é simplesmente o relato da boa musica (aqui não há nem Britney nem hip hop), é sempre a continuar sem intermédios. Há situações em que escrevo coisas de não rock, espero conseguir atingir mais de um ano neste blog (já sei que vou esquecê-lo)...