Thursday, October 18, 2007

Marc Bolan

Marc Bolan nasceu no dia 30 de Setembro de 1947 no Hackney General Hospital em Londres. Extremamente criativo, apaixonado pelo cinema, especialmente pelos de ficção cientifica e terror, adorava ouvir os velhos discos da família, em principal os de Bill Hayes. Mas um “pequeno engano” marcaria a vida de Marc Bolan para sempre: Ao sair para comprar um novo disco de Bill Hayes, trouxe, por acaso "Rock Around the Clock", de Bill Haley. A sua vida não seria mais a mesma. O amor pela musica era tão grande que aos 8 anos Marc tocava guitarra (quase ao calhas) e pediu um kit de bateria aos pais. Aos 9 anos conseguiu ter uma viola de 16 libras (o mesmo que o pai ganhava!). Aos 12 anos montou a sua primeira banda, Susie And The Hula Hoops, onde estava no lugar de baixista. No ano seguinte teve a sorte de encontrar o seu ídolo, Eddie Cochran, e ainda carregou a guitarra do seu ídolo até à limusine. O que Marc Bolan não sabia é que iria morrer da mesma maneira que o seu ídolo mais de 20 anos depois! Marc Bolan passou por vários territórios artisticos: foi fotógrafo de modelos, apaixonou-se pela cultura mod e ainda tentou seguir uma carreira folk sob o nome Toby Tyler. Toby conheceu um actor, Allan Warren, que ofereceu-se para ser seu empresário e fez o jovem cantor gravar versões de "Blowin' In The Wind", de Dylan e "You're No Good", de Betty Everett. Essa última, inclusive, foi levada até à EMI, que não mostrou qualquer interesse. Toby Tyler morria e Mark voltaria a usar seu nome de baptizado, Mark Feld. Mas pouco depois alterava para Marc com "c". Após uma viagem à França, Marc voltou à Inglaterra, disposto a ser uma estrela de rock, se trancou-se vários meses sempre a escrever e a compor sem parar. Uma dessas canções, era "The Wizard", que com a ajuda do produtor Jim Economedies, rendeu um contrato com a Decca. Quando recebeu as primeiras cópias, levou um choque. Achando que Feld não era um nome adequado e sem consultá-lo, a Decca mudou o nome para Marc Bowland. O facto fez com que Marc proibisse a editora de lançar algo sem consultá-lo antes. No entanto, Marc gostou da mudança e em novembro de 1965 resolveu abreviar o nome: nascia assim, Marc Bolan. Marc Bolan lançou ainda alguns singles mas foram fracassos e ainda viu Jimi Hendrix ainda jovem roubar-lhe acena no programa Ready, Steady, Go!. Começou a pensar num novo nome para a banda. após vários nomes que ligassem à ficção cientifica baptizou o nome da banda como Tyrannosaurus Rex. O primeiro espectáculo foi no Convent Garden e como a banda não se entendia foi um autentico desastre! Mas tudo começaria melhorar com a entrada do produtor Tony Visconti. Marc Bolan deixou definitivamente de lado o folk, abreviou o nome da banda para T-Rex e lançou o single Ride A White Sawn que alcançou o segundo lugar na tabela inglesa em 1971 de Janeiro. O sucesso começava a abrir as portas a Marc. Com o sucesso do single veio o álbum de estreia com 15 faixas. Curiosamente o Glam Rock nasceria a partir de um erro que Marc cometera. O cantor ia apresentar-se num programa do Pop Of The Tops e durante os ensaios Marc colocou um pouco de brilho nos olhos para se proteger da luz excessiva, mas acontece que esqueceu-se de tirar quando foi a sua vez de actuar e ficou conhecido por esse detalhe. Esse erro é apontado como o começo do Glam Rock ou do Glitter. Não só os concertos dos T-Rex começaram a atrair mais e mais fãs que berravam histericamente e era impossivel de ouvir a banda tocar como logo em Fevereiro lançou o single Hot love que alcançou o nº 1! O dinheiro e a fama vinham com facilidade, mas Marc queria mais. Queria agora ser o rei da América, sonho que perseguiu a vida inteira. Com a fama, resolveu fundar um selo próprio, algo que poucos artistas puderam realizar. Para isso fundou o selo e uma companhia publicitária; Wizard Productions e Warrior Music Projects. A digressão norte-americana não cumpriu o seu dever e Marc estava ainda muito longe de ter algo parecido com o que via na Inglaterra. O seu visual e estilo musical estavam ainda muito distantes do gosto do público norte-americano. Algo que muitos poucos sabem é que Ringo Starr, baterista dos The Beatles, era um fã incondicional de Marc Bolan, e chegou a convidá-lo para o seu álbum, onde interpretou duas faixas. O álbum Electric Warrior é considerado o melhor álbum da carreira de Marc Bolan, graças aos excelentes músicos e a um ambiente inspirador. O disco foi considerado o melhor do ano pela critica inglesa e Paul McCartney afirmava que era possível os T. Rex terem o mesmo sucesso que os Beatles tiveram. Get It On, um dos temas mais conhecidos da banda, atingiu a primeira posição no Reino Unido e a décima nos EUA, a melhor até agora em território norte americano. Marc Bolan faleceu duas semanas antes do aniversário em 1977, vitima de um acidente rodoviário juntamente com Gloria Jones. O legado perdura até aos dias de hoje. Pode-se dizer quem sem os T-Rex ou Marc Bolan não haveria David Bowie, Queen, Roxy Music, Def Leppard ou Elton John. Inovou a musica criando um novo movimento: Glam Rock.

Discografia

T- Rex:
1968 My People Were Fair and Had Sky in Their Hair... But Now They're Content to Wear Stars on Their Brows Regal Zonophone
1968 Prophets, Seers & Sages – The Angels of the Ages Regal Zonophone
1969 Unicorn
1970 A Beard of Stars
1970 T. Rex
1971 Electric Warrior
1972 The Slider
1973 Tanx
1974 Zinc Alloy and the Hidden Riders of Tomorrow
1975 Bolan's Zip Gun
1976 Futuristic Dragon
1977 Dandy in the Underworld

Solo:
The Wizard" (Bolan) / "Beyond the Risin' Sun" (Bolan) (Musical Director: Mike Leander, 19 November 1965 Decca F12288)
"The Third Degree" (Bolan)/ "San Francisco Poet" (Bolan) (3 June 1966, Decca F12413)
"Hippy Gumbo" (Bolan)/ "Misfit" (Bolan) 1973
"Beyond The Sun" (2007)

Iron Maiden- Dance Of Death

Quando li que os Iron Maiden iam lançar material novo eu fiquei estupefacto. Afinal os Iron Maiden são os campeões do Olimpo Do Heavy Metal. Quando ouvi o excelente e já clássico A Brave New World senti que eles tinham ainda muitos truques na manga. Com Dance Of Death a banda arriscou ainda mais com teclados, composições épicas e muito virtuosismo, principalmente do grande guitarrista, senão o melhor do heavy metal, Adrian Smith. O único ponto negativo é a capa, que deixa muito a desejar. Vamos ao set list:
Wildest Dreams- Como já é tradição o álbum abre com mais uma faixa hard rock/metal. Uma musica típica e amigável para as rádios rock, com refrães inesquecíveis e puramente rock and roll para relaxar para o que vem ai. Foi o primeiro single promocional do álbum.

Rainmaker- É curioso como á medida que vão envelhecendo alguns vocalistas têm as linhas vocais ainda melhores que no passado e é o que se passa como Bruce Dickinson. A voz dele está melhor do que nunca! Não é uma canção muito pesada mas não deixa de ser interessante e a letra é linda. O trio de guitarras funciona perfeitamente bem o que prova que os críticos estavam errados. É o segundo single promocional.

No More Lies- Uma das minhas favoritas e certamente uma canção para os fãs cantarem em pleno estádio o refrão. É a primeira faixa épica que se encontra no álbum e podem ter a certeza que a grandiosidade está bem presente e para não falar da voz de Bruce: excepcional! É a única só com Steve Harris na composição.

Montségur- uma faixa baseada em acontecimentos históricos (de como a igreja católica destruiu tudo e todos os que habitavam em Montségur só porque eles eram livres) com uma certa influência do álbum Powerslave. Uma das melhores composições da banda e um forte cuidado nas vozes/guitarras. Tem uma melodia marcante sem duvida e uma das minhas favoritas.

Dance Of Death- a mais épica do álbum mas não a menos inspirada. A canção começa calma como se estivesse a ficar cada vez mais pesada numa balança até chegar ao ponto vermelho e depois retomar ao inicio. A letra conta uma história digna de Andre Breton. Trata-se dum conto sobre um sonho e a questão se foi verdadeiro ou não. Temos também um solo magnifico nas guitarra (a cena flamenca faz lembrar muito a Innuendo dos Queen). A habilidade com que a banda expressa tanto instrumental como na voz é impressionante. Quem adora canções épicas adora esta.

Gates Of Tomorrow- Poderia ser mais uma canção tradicional da banda se não fosse as vozes trabalhadas de Bruce Dickinson. Pela primeira vez Bruce usa vozes dobradas o que até pode não agradar a fãs mais tradicionais mas mais uma vez a banda arrisca em experimentações. É uma canção de grande qualidade sem duvida mas a letra consegue surpreender ainda mais. É engraçado como o intro faz lembrar o clássico dos The Who, Won’t Get Folled Again. Mais uma que não desilude.

New Frontier- Quase vinte anos depois pela primeira vez o baterista Nicko Mcbrain compõe algo juntamente com os seus colegas! A sétima faixa é uma espécie de intervalo para relaxar. Não há mais nada a dizer. Mas não deixa de ser interessante.

Paschendale- Mais uma canção baseada em acontecimentos históricos, desta vez baseada numa das maiores batalhas em plena Primeira Guerra Mundial. Não é uma canção muito vulgar na obra da banda. tem novos elementos como as teclas e orquestras. Tanto no som como na letra supera tudo o que a banda já fez em toda a vida. Cheio de virtuosismo e ambiente é uma das faixas mais magnificas e surpreendentes que a banda já fez. O refrão pega-nos até ao fim. Só pela curiosidade quando se ouve os pratos na percussão trata-ste do código Morse. Esta é realmente a minha favorita e certamente vai fazer os Pink Floyd roer de inveja já que trata-se de terreno progressista.

Face In The Sand- a letra trata-se certamente sobre problemas existencialistas e o significado da vida. Começa como uma balada mas de repente o peso entra em velocidade furiosa. As orquestrações da guitarra estão magnificamente bem ilustradas. É raras as vezes que Nicko Mcbrain usa pedal duplo na bateria. Parece ser uma canção de raizes tribalistas mas com peso. Voltando ao intro é simplesmente fantástico como uma banda consegue fazer uma coisa destas.

Age Of Innocence- esta é talvez a canção mais tradicional da banda e também simples. A voz de Bruce mais uma vez espanta os mais distraídos. Os riffs absolutamente inspirados dão para um headbanger abanar o capacete. O baixo de Steve Harris está bem audível. Quanto à letra está muito bem estruturada. É a história sobre a sociedade dos dias de hoje e tem umas linhas que até parece criticar o novo código penal.

Journeyman- A canção mais ousada que a banda já fez e a mais linda que até quem não curte heavy metal vai adorá-la na mesma. Certamente se fosse single seria logo um exito estrondoso mas a banda recusou-se a lançar para não se venderem. Parece também ser uma balada mais orientada para a discografia a solo de Bruce. É uma composição que parece não fazer parte deste mundo, as guitarras acústicas e a voz de Bruce e também as orquestrações para dar mais vida ao ambiente sonoro enriquecem ainda mais esta balada inultrapassável. Eu quero ver os Bon Jovi fazerem melhor que isto.

Este é o segundo álbum da actual formação e concluindo é uma obra prima grandiosa, uma viagem sem retorno e inesquecível. Raramente nos dias de hoje alguém consegue criar algo excepcional no cenário metaleiro mas a banda excedeu-se e foi mais além. Para quem espera que os Iron Maiden tragam de volta o som dos anos 80 bem podem esperar sentados. Estes são os novos Iron Maiden que começaram com A Brave New World (2000), com uma nova sonoridade e única neste planeta. Depois de deste e de A Matter Of Life And Death espero que consigam surpreender mais uma vez.. Os Iron Maiden são a melhor banda metaleira no mundo, sem duvida e ainda não perderam terreno. Nos dias de hoje no mundo da musica actual é difícil de surpreender mas eles conseguiram com uma facilidade. Se quem não gosta dos Iron Maiden e pensam que ainda são como nos anos 80 então não sabem o que perdem. Eles estão mais grandiosos do que nunca!


1. Wildest Dreams

2. Rainmaker

3. No More Lies

4. Montsegur

5. Dance of Death

6. Gates of Tomorrow

7. New Frontier

8. Paschendale

9. Face in the Sand

10. Age of Innocence

11. Journeyman

68 min.


Bruce Dickinson (voz)

Dave Murray (guitarra)

Adrian Smith (guitarra)

Janick Gers (guitarra)

Steve Harris (baixo)

Nicko McBrain (bateria)

Metallica. Kill 'Em All (1983)

Lars Ulrich e James Hetfield fundaram os Metallica em 1981 e recrutaram dois novos membros: Ron McGovney (baixo) e Dave Mustaine (guitarra solo). O baixista ficou pouco tempo na banda devido ao som trash que decepcionava-o e vendeu o seu equipamento musical. Cliff Burton substituiu-o. No inicio de 1982. Lars Ulrich convenceu Brian Slagel da gravadora Metal Blade para incluir “Hit The Lights” na compilação Metal Massacre. O que chamou mais a atenção no meio underground foi devido à canção No Life ‘Til Leather que foi lançada ao vivo no Metal Up Your Ass. Dave Mustaine é despedido de seguida devido ao comportamento ageressivo e destrutivo graças ao uso das drogas e álcool. Dave Mustaine jurou que iria formar uma banda mais rápida e pesada que os Metallica, uma promessa que conseguiu cumprir por sinal. Kirk Hammett, que pertencera à banda Exodus (ainda em actividade), entra para os Metallica e uma das razões de ter sido aprovado pela banda foi o seu estilo de tocar heavy metal mais europeu. No inicio de 1983 a banda viajou até Rochester para gravar a primeira longa-duração.
A banda queria que o primeiro álbum intitulasse Metal Up Your Ass, isso gerou conflitos entre a gravadora e a banda e fez com que mudassem o nome para Kill ‘Em All (“matá-los a todos”). O álbum não foi um sucesso tanto nos tops como financeiros mas foi o suficiente para angariar uma base de fãs fiéis no underground. É sobre Kill ‘Em All que vou escrever. Kill ‘Em All é talvez o álbum mais cru e pesado que a banda já fez. Uma das razões a que se deve isso são pelas influências vindas das bandas como os Venon, Black Sabbath, Iron Maiden, Motorhead ou Diamond Head. O som punk rock também está claramente presente, principalmente das influências de The Ramones ou Misfitis.

Hits The Lights, a faixa que abre o álbum, foi a primeira a ser composta pela dupla Hetfield/Ulrich. A canção fala sobre o estilo de vida dentro do heavy metal, a estrada e os fãs. O refrão é lento e é talvez a melhor que Dave Mustaine tocou ao vivo antes de ter sido expulso da banda. The Four Horsemen é a mais longa do álbum (+ de 7 min). Foi escrita por Ulrich, Hetfield e Mustaine. The Mechanix era o titulo anterior. A letra foi alterada na ultima hora. A original pode-se encontrar no primeiro álbum dos Megadeth: Killing Is My Business...And Business Is Good!. Há quem acredite que a letra vem da parte do Apocalipse na Biblia ou que os Horsemen sejam os próprios Metallica. Seja como for é uma das mais pedidas nos concertos pelos fãs. Jump In The Fire será sempre a minha favorita. Mais uma que contou com a participação de Dave Mustaine. A letra relata o ponto de vista do Demónio sobre os assassinatos e as suas acções. (Anesthesia) Pulling Teeth é uma instrumental surpreendente pelo facto de ter só a participação de Cilff Burton no baixo acompanhado por efeitos do pedal wah-wah e tapping. Antes de Cliff Burton entrar para a banda, James Hetfield e Lars Ulrich ficaram bastante impressionados com a técnica de Cliff Burton e sem pensarem duas vezes quiseram logo o baixista na banda. Whiplash é uma das faixas que mais se destacam do álbum tanto pela introdução da bateria de Lars como pelos riffs meios speed metal. A letra é um tributo aos headbangers ("...thrashing all around, acting like a maniac, whiplash!..") e aos fãs dos Metallica ("But we'll never stop, we'll never quit, 'cause we're Metallica" to "But we'll never stop, we'll never quit, 'cause we're Metallica"). Seek And Destroy é talvez a mais lenta do resto mas não a menos pesada. O refrão inesquecível de certeza que fará o espectador cantar até cansar. Digna de fechar os concertos da banda.

Poderia estar aqui a escrever sobre o resto das faixas mas seria forçar as coisas, escrevi sobre aquelas que curto realmente e isso não quer dizer que não curte o resto. Kill ‘Em All é um dos álbuns que testemunhou a cena trash metal na Bay Area e considerado um dos melhores momentos da discografia da banda. Agressividade e peso estão bem presentes no primeiro registo da banda. agora vamos lá a ver se o próximo que vem não decepciona.


"Hit the Lights" (Dave Mustaine, James Hetfield, Lars Ulrich) – 4:17

"The Four Horsemen" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 7:12

"Motorbreath" (Hetfield) – 3:08

"Jump in the Fire" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 4:41

"(Anesthesia) Pulling Teeth" (Cliff Burton) – 4:14

"Whiplash" (Hetfield, Ulrich) – 4:10

"Phantom Lord" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 5:01

"No Remorse" (Hetfield, Ulrich) – 6:26

"Seek & Destroy" (Hetfield, Ulrich) – 6:55

"Metal Militia" (Hetfield, Ulrich, Mustaine) – 5:09


James Hetfield: Guitarra/voz

Kirk Hammett: Solo Guitarra

Lars Ulrich: Bateria

Cliff Burton: Baixo

Thursday, October 11, 2007

Xutos & Pontapés- Dizer Não De Vez (1992)

Dizer Não De Vez Uma instituição como esta de grande valor nacional nunca deve ser esquecida. Os Xutos & Pontapés engrandeceram o rock português no inicio da década 80 e foram uma das poucas que sobreviveram na companhia dos GNR e Rui Veloso. Começaram bem com os anos 90, depois do lançamento do álbum negro, Gritos Mudos onde transpuseram todas as mágoas e feridas difíceis de sarar com o passar dos anos. Com o Dizer Não De Vez as letra escrevem-se sob a imagem objectiva envergando pelos problemas sociais ainda hoje actuais, o dia a dia, o trabalho, o patrão, a vida urbana e o típico português que tinha que aturar dificuldades, ou seja este álbum é a nossa alma que talvez não fique resolvida. O primeiro tema, Hás-de Ver, fala sobre esperança, enquadra-se na perfeição no dilema pop/rock para rádios. A deprimida Lugar Nenhum apresenta uma melodia melancólica e badaleira. Épica encarna na perfeição a tristeza e o vulto do som em espiral. Perfeito! Para quem disse que os Xutos nunca tocaram blues isso é mentira! Poço de Salvação é acompanhada pela instrumentalização típica e ainda uma harmónica. Seria uma faixa típica de Howlin’ Wolf se não fosse o caso de cantar em português. Patrão, salário e empregado tomem conta do Dia De S. Receber. A bateria de Kalú fala ainda mais alto. Refrão pop e guitarradas hard rock acompanhado pela dupla de mestres Cabeleira/Pedro sintonizam com Velha Canção Da Cortiça. A letra podia ser um hino aos trabalhadores que desprezam tudo o que é abuso nesta sociedade utópica. Um hino ao comunismo talvez. Estupidez traz uma melodia um pouco semelhante a Back In Black mas sem plagiar, os Xutos renovam à sua maneira. Esta faixa é mesmo uma bomba! Os refrães sarcásticos, os riffs e a voz pseudo rapper de Tim estão a 100%. Eram os tempos das vacas gordas ou ainda serão? Chuva Dissolvente é uma das canções mais belas que os Xutos já fizeram. O dia a dia, a vontade de viver e as pessoas que desaparecem com o passar do tempo neste meio urbano. Os Xutos demonstram um vigor em acompanharem a sociedade urbana portuguesa nas suas composições. Lei Animal abre com uma introdução de ritmos africanos para depois alterar o estado e sobressair os Xutos. O esquadrão põe a mote o hard rock com riffs incansáveis de ouvir e um Tim enlouquecido pelo seu lado animalesco. Passou-se de vez! Está mesmo em Alta Rotação este tema e que tema! Rápido e equilibrado pelo diluvio de riffs e vozes em uníssono que faz um verdadeiro rocker mandar tudo pelos ares. São toneladas de rock em espiral! O Que Foi Não Volta A Ser suga um pouco do som á la Circo De Feras (o inicio) e sem exageros mas parece pegar um pouco a sintonia Police. Este álbum ilustra na perfeição a sonoridade noventa que os Xutos estrearam com Gritos Mudos. Rock Na Roll de qualidade! Foi lançado em Fevereiro de 1992. Só peca pelo fraco trabalho na remastirização mas de resto está perfeito.

Aqui vão mais reviews


A banda QOTSA surgiu a partir de uma banda anterior, oriunda de Califórnia, Kyuss. Apesar de não ter o reconhecimento total seriam uma banda de culto no meio underground. Josh Homme, Nick Oliveri e Alfredo Hernandez (só participou no primeiro álbum) montaram uma nova banda mas sem fugirem muito do estilo (ou sub género) Stoner Rock projectado pela antiga banda, sob o nome de Queen Of The Stone Age. Depois do lançamento do primeiro álbum no ano de1998, a banda acompanhou os Smashing Pumpkins, Bad Religion, Hole e Rage Against Machine durante dois anos. Só em 2000 é que a banda volta para o estúdio para gravar Rated R que apesar do entusiasmo das criticas não vende lá muito bem. O disco teve dois bateristas: Gene Troutman e Nicky Lucero. Rated R ou simplesmente R tem participações especiais de Rob Halford (Judas Priest), Mark Lanegan (Screaming Trees) e Nick Oliveri (Mondo Generator). A sonoridade do álbum é mais experimental e acessível mas sem perder a identidade da banda. O segundo single The Lost Art of Keeping a Secret tem um conceito agradável para as rádios e MTV mas também foi ignorada devido ao conteudo das letras. o single Feel Good Hit Of The Summer foi ignorada pelas rádios por causa do conteúdo da letra que falava abertamente sobre drogas, mas não deixou de ser um clássico. O álbum em si é perfeito e não vai enjoar a audição do ouvinte. Há composições bem interessantes como Legs Of Lamb com uma sonoridade irresistível e quase pop ou Better Living Through Chemistry que conta com um trajecto psicadélico e ambientes alternados entre a velocidade e as multi vozes como um redemoinho. Uma das marcas mais conhecidas da banda é não haver limite de experimentação como se tratassem dos Sonic Youth, como por exemplo Monsters In The Parasol, que curiosamente é um bom candidato a single, consegue criar riffs hipnotizantes. 1 minuto e 42 segundos de loucura e histeria estão bem presentes na faixa Quick And To The Pointless. O álbum também tem espaço para baladas como a agradável balada In The Fade. Há o descontrolado e infernal Tension Head, vai deixar o ouvinte antagónico e confuso. Lighthing Song é um instrumental agradável e calmo, parece que a banda desta vez deu espaço ás guitarras acústicas. Finalmente a banda chega ao extremo da experimentação com a faixa mais longa: I Think I Lost My Headache onde até está incluído instrumentos poucos convencionais para uma banda louca como esta, o saxofone e trompa. Durante a exaustiva digressão, depois do lançamento do álbum, a banda teve uma participação memorável no Rock In Rio de 2001 depois de Oliveri tocar perante a plateia completamente nu. O álbum foi lançado sob o selo Interpole e também foi lançado em formato vinil com a capa vermelha que curiosamente até vendeu bem. O álbum foi produzido por Chris Gross e Josh Homme.

Wednesday, September 5, 2007

Freddie Mercury- 61 anos

Hoje o vocalista mais carismático do mundo fazia 61 anos se fosse vivo! A alma permanece bem viva na arte e obra que Freddie deixou. Faleceu no dia 24 de Novembro de 1991, em Londres. Como seriam os Queen hoje com Freddie ainda vivo?

(O verdadeiro nome de Freddie era Farrokh Bulsara, nasceu em Zanzibar)
Long Live Freddie!!!

Sunday, September 2, 2007